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Irã abre investigação sobre desaparecimento e morte de uma adolescente após manifestação

As autoridades judiciais iranianas abriram uma investigação sobre a causa da morte de uma adolescente que teria sido assassinada durante protestos pela morte de Mahsa Amini, informou a agência de notícias oficial Irna. Agências internacionais relatam que a família da vítima acusa as forças de segurança de terem "roubado" o corpo da jovem e de o terem enterrado fora de sua cidade natal. Oito suspeitos de envolvimento no caso foram detidos. 

Nika Shakrami, de 17 anos, ficou desaparecida durante dez dias após ter participado de uma manifestação em Teerã, no dia 20 de setembro (imagem ilustrativa).
Nika Shakrami, de 17 anos, ficou desaparecida durante dez dias após ter participado de uma manifestação em Teerã, no dia 20 de setembro (imagem ilustrativa). © AFP
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Nika Shakarami, de 17 anos, ficou desaparecida durante dez dias após ter participado de uma manifestação em Teerã, no dia 20 de setembro. Seu corpo teria sido localizado e identificado em um necrotério. Segundo a agência Irna, os médicos legistas ainda não forneceram o relatório final sobre as causas da morte às autoridades judiciais. No entanto, a família da adolescente acusa os agentes de segurança de terem roubado o corpo da menor e de o terem enterrado secretamente.

A República Islâmica tem sido palco de protestos desde que Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, morreu em 16 de setembro após sua prisão em Teerã pela chamada polícia moral, que a acusou de ter violado o código vestimentar do país ao usar o véu islâmico de maneira inadequada.

"O Tribunal Criminal de Teerã abriu uma investigação para determinar a causa da morte de Nika Shakrami", disse o promotor da capital, Ali Salehi, citado na noite de terça-feira (4) pela Irna. "Foi emitida uma ordem para investigar o assunto e as medidas necessárias estão sendo tomadas a esse respeito", ele acrescentou.

O promotor havia informado anteriormente que 400 manifestantes foram libertados da prisão "com a condição de não repetirem suas ações". Salehi, no entanto, salientou que aqueles "que agiram contra a segurança nacional" serão tratados "sem clemência". Um novo balanço sobre as solturas, divulgado nesta quarta-feira pelo oficial de Justiça Kazem Gharib Abadi, evoca 620 manifestantes libertados na região da capital.

Centena de mortos

A morte de Mahsa Amini desencadeou um movimento de revolta entre mulheres e adolescentes que se alastrou pelo Irã, com forte impacto entre estudantes de escolas e universidades. Homens endossaram esse movimento, engrossando as manifestações. A coragem das mulheres de se rebelar contra o governo ultraconservador e autoritário de Teerã recebeu apoio internacional.   

Em três semanas de protestos duramente reprimidos pelas autoridades, dezenas de manifestantes e policiais morreram. As manifestações são descritas como "motins" pelas autoridades. Centenas de participantes, homens, mulheres e menores foram detidos.

De acordo com a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, a repressão aos protestos causou ap menos 100 mortes desde 16 de setembro no Irã. A Anistia Internacional afirma ter identificado 52 dos mortos, sendo cinco mulheres e seis crianças.

(Com informações da AFP)

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