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Decreto de Putin formaliza controle da central nuclear de Zaporíjia pela Rússia

A Rússia assumiu formalmente o controle da usina nuclear de Zaporíjia no sul da Ucrânia, de acordo com um decreto assinado pelo presidente Vladimir Putin nesta quarta-feira (5). O complexo nuclear, que possui seis reatores, estava ocupado por militares russos desde março.

Equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporíjia.
Equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporíjia. AP
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"O governo [ucraniano] deverá assegurar que as instalações nucleares da usina (...) sejam aceitas como propriedade federal", diz o decreto russo, emitido antes de uma visita à Ucrânia e à Rússia do chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi. O italiano havia anunciado mais cedo que partiria para Kiev para discutir o estabelecimento de uma zona de proteção em torno da usina nuclear.

Esta central nuclear, a maior da Europa, está localizada na região de Zaporíjia, um dos territórios ucranianos anexados oficialmente na semana passada pela Rússia, e não muito longe da linha de demarcação entre os territórios controlados por Kiev e os ocupados por Moscou.

Moscou e Kiev acusam-se mutuamente de bombardear o local por vários meses. Repetidas greves e explosões de minas perto do local levantaram o espectro de um grande desastre nuclear semelhante ao de Chernobyl, em 1986.

Territórios ucranianos anexados

Putin disse nesta quarta-feira que a situação militar irá se "estabilizar" nas regiões ucranianas recém-anexadas. No entanto, as forças russas estão sofrendo uma série de contratempos com a contraofensiva lançada pelo Exército ucraniano no início de setembro. Poucas horas mais cedo, a Ucrânia anunciou que estava recuperando terreno em Lugansk, no leste, após seus sucessos em Kherson (sul) e Kharkiv (nordeste).

"Presumimos que a situação se estabilizará e que seremos capazes de desenvolver essas áreas pacificamente", disse Putin. Em 21 de setembro, ele ordenou a mobilização de centenas de milhares de reservistas para tentar reverter a tendência. De acordo com Moscou, 200 mil homens já teriam se alistado.

Mesmo retirando-se das áreas reconquistadas pelo Exército ucraniano, a Rússia proclamou a anexação das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia. Mas o controle russo é parcial, após a realização de "referendos" denunciados como uma "farsa" por Kiev e seus aliados ocidentais.

Em um sinal de dissenso na Rússia, após uma sequência de reveses militares, um oficial sênior do Parlamento chegou a apelar para que Putin "pare de mentir" sobre suas derrotas.

"Nosso povo não é estúpido. E eles veem que nós não queremos dizer-lhes nem mesmo parte da verdade. Isto pode levar a uma perda de credibilidade", disse Andrei Kartapolov, chefe do Comitê de Defesa da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento, e um ex-comandante militar.

As tropas de Kiev continuam sua contraofensiva, reivindicando novos ganhos no leste e no sul. Nesta quarta-feira, o governador ucraniano da região de Lugansk, até agora sob controle quase total de Moscou, declarou um avanço.

(Com informações da AFP)

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