Sob expectativa de reunião entre China e EUA, líderes do Pacífico discutem clima e recuperação econômica
Os líderes do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) participam nesta sexta-feira (12) de uma reunião virtual com o desafio traduzir em atos a ambiciosa retórica sobre o clima, além de encaminhar a recuperação pós-pandemia.
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A reunião anual do fórum de 21 países é organizada pela Nova Zelândia e terá discursos, por videoconferência, do presidente americano, Joe Biden, e de seu colega chinês Xi Jinping.
O governante comunista participou em uma conferência empresarial paralela à reunião de cúpula e destacou a necessidade de avançar para um "desenvolvimento verde, sustentável e com baixas emissões de carbono".
"Nós, na Ásia-Pacífico, deveríamos fazer com que recuperação pós-pandemia seja verde", declarou Xi, pouco depois do anunciar, de maneira surpreendente, um acordo de cooperação climática com os Estados Unidos em meio à COP26 de Glasgow.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que a transição para energias limpas é "uma grande transformação da civilização".
Mas até o momento, a única medida anunciada nesse sentido foi o congelamento de novos subsídios para os combustíveis fósseis, uma ideia que os líderes da APEC cogitam há uma década, mas não implementaram.
"Temos de ser mais ambiciosos? Com certeza", reconheceu a anfitriã e primeira-ministra neozelandesa, Jacinta Ardern.
"Se o mundo não está preparado para tomar ações decisivas a respeito da mudança climática, o mundo deve estar preparado para os resultados desastrosos das mudanças climáticas", acrescentou.
Os líderes da região devem divulgar um comunicado no sábado com as conclusões da reunião.
Bastidores: China x EUA
A cúpula pode ser uma prévia do esperado encontro virtual entre Biden e Xi, que pode acontecer na segunda-feira.
Embora a saída de Donald Trump da Casa Branca, ex-presidente que estimulou uma guerra comercial com a China, tenha provocado previsões de melhora nas relações entre Washington e Pequim, a tensão aumentou em questões como Taiwan e direitos humanos.
Xi Jinping advertiu na quinta-feira para o risco de retorno à região das divisões registradas no período da Guerra Fria.
Com Biden, o governo dos Estados Unidos reforçou sua política de alianças na Ásia-Pacífico, com a assinatura de um importante acordo com a Austrália e Reino Unido, assim como a organização de uma reunião com Austrália, Índia e Japão para contra-atacar a influência de uma China cada vez mais assertiva no cenário internacional.
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