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EUA x China: americanos apoiam participação “significativa” de Taiwan na ONU

Representantes dos Estados Unidos e de Taiwan tiveram novas conversas neste sábado (23), num contexto de tensão em relação à China. Por videoconferência, Washington debateu com Taipei sobre a participação "de maneira significativa" dos taiwaneses na ONU.

Questionado na quinta-feira (21) sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana para socorrer Taiwan, o presidente democrata Joe Biden respondeu que “sim, estamos comprometidos com isso", ao canal CNN.
Questionado na quinta-feira (21) sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana para socorrer Taiwan, o presidente democrata Joe Biden respondeu que “sim, estamos comprometidos com isso", ao canal CNN. © NICHOLAS KAMM / AFP
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A conversa ocorre na véspera de o governo chinês celebrar os 50 anos da integração de Pequim às Nações Unidas. Nesta segunda-feira (25), o presidente Xi Jinping deve pronunciar um discurso para comemorar a atribuição de um assento à China, que até 1971 era ocupado por Taiwan.

A China afirma que apenas ela pode representar Taiwan no plano internacional, por considerar o território como sua província. Nas últimas semanas, Pequim tem intensificado as pressões políticas e militares para reafirmar a soberania sobre Taipei – que, por sua vez, garante que se defenderia se fosse alvo de uma ofensiva chinesa.

Neste sábado, um comunicado do Departamento de Estado americano informou que os americanos desejam viabilizar a maior participação de Taiwan nas discussões junto à Organização Mundial da Saúde e no âmbito da conferência da ONU sobre as mudanças climáticas. O governo eleito democraticamente em Taipei reivindica o direito a voz no cenário internacional, e agradeceu os americanos “por seu forte apoio”, em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.  

Tensão entre Pequim e Washington

Na sexta-feira (22), os Estados Unidos haviam dado um passo para diminuir a tensão recente com a China sobre Taiwan, ao garantirem que seu posicionamento sobre a ilha não sofreu alterações. Na véspera, haviam afirmado que a defenderiam em caso de um ataque de Pequim.

Questionado na quinta-feira (21) sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana para socorrer Taiwan, o presidente democrata Joe Biden respondeu que “sim, estamos comprometidos com isso", ao canal CNN.

Os comentários de Biden vão na contramão da antiga política americana de "ambiguidade estratégica", com a qual Washington ajudava Taiwan a construir suas defesas, mas sem se comprometer a apoiar abertamente a ilha. Na sequência, a China pediu que Biden aja "com prudência" e que "não interfira em seus assuntos internos". Washington deu, então, um passo atrás.

"O presidente não estava anunciando nenhuma mudança na nossa política, nossa política se mantém inalterada", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price. "Manteremos nossos compromissos, continuaremos apoiando a autodefesa de Taiwan e continuaremos nos opondo a qualquer mudança unilateral no status quo", esclareceu ele a repórteres.

O secretário da Defesa americano Lloyd Austin, por sua vez, evitou responder se os Estados Unidos apoiarão Taiwan no caso de uma hipotética intervenção militar do gigante asiático. "Não me pronunciarei sobre hipótese alguma" sobre a ilha, declarou à imprensa, antes de dizer que "continuaremos ajudando Taiwan com as competências que precisar para se defender".

Taiwan, território democrático

Atualmente, Taiwan tem um sistema político democrático. Desde 1945, este pequeno território insular é governado por um regime que se instalou após a vitória dos comunistas na China continental em 1949, na esteira da guerra civil no país asiático.

A "República Popular da China", que tem Pequim como capital e é governada pelo Partido Comunista, considera a ilha uma pequena parte de seu território. As autoridades chinesas ameaçam usar a força, caso Taipé declare formalmente sua independência.

Pequim e Washington divergem em muitos temas, mas a questão de Taiwan é considerada, com frequência, como o único problema que provavelmente provocaria um confronto armado. O próximo embaixador na capital chinesa, Nicholas Burns, destacou na quarta-feira que não é conveniente confiar na China na questão de Taiwan. Nesse sentido, recomendou vender mais armas para esta pequena ilha, de modo a fortalecer sua defesa.

O diplomata, que falou na Comissão de Relações Exteriores do Senado, também denunciou as recentes incursões de aviões chineses na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ), as quais chamou de "repreensíveis".

 

Com informações da Reuters e AFP

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