Jornada de luto nacional em Israel por vítimas de tumulto em festival religioso
Israel respeita neste domingo (2) dia de luto nacional em homenagem aos 45 mortos, incluindo crianças, no tumulto em festival religioso. As bandeiras estão a meio mastro e os eventos culturais e esportivos foram cancelados.
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Michel Paul, correspondente da RFI em Jerusalém
Esta é 12ª vez desde a criação do Estado de Israel, em 1948, que o país decreta luto nacional. A última homenagem coletiva aconteceu há cinco anos, após a morte do presidente Shimon Peres que foi uma das maiores personalidades do país.
Todas as vítimas eram judeus ultraortodoxos que participavam de uma peregrinação ao túmulo do rabino Shimon Bar Yohaï na quinta-feira (29) à noite, no Monte Méron, no norte do país. Cerca de 150 pessoas também ficaram feridas na tragédia considerada uma das “mais graves” da história do país.
Durante todo o domingo, serão realizados novos enterros. Os primeiros funerais ocorreram na sexta-feira (30), horas depois da tragédia. Nem todas as vítimas foram identificadas. Até agora, 42 pessoas foram identificadas e 34 corpos foram retirados do Instituto Médico Legal para sepultamento, informou na noite de sábado (1°) o Ministério da Saúde. A identificação das últimas três vítimas, que pode necessitar exames de DNA, deve terminar nas próximas horas.
Circustâncias da tragédia
Na segunda-feira (3), a Knesset, o Parlamento israelense, fará uma reunião especial em memória das vítimas. Após uma pequena pausa durante o Sabá, as discussões sobre as circunstâncias da tragédia foram retomadas no país.
O ministro da Segurança Pública, Amir Ohana, declarou que quando todos os mortos forem enterrados irá assumir, diante das câmeras, a “responsabilidade” pela tragédia. Mas ele fez questão de frisar que “responsabilidade” não significa “culpa”. O chefe da polícia israelense garante que tudo será feito para esclarecer as falhas na organização da peregrinação.
O verdadeiro problema, aponta um editorialista do diário Haaretz, é que as autoridades políticas não sabem dizer “não” aos ultraortodoxos. O ministro da Defesa, Benny Gantz, pede a abertura de uma comissão de inquérito independente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ainda não se pronunciou sobre essa proposta.
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