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Apesar de acusação por corrupção, Netanyahu é designado para formar governo em Israel

Duas semanas após as eleições legislativas em Israel — a quarta votação em menos de dois anos no país —, o presidente israelense Reuven Rivlin pediu nesta terça-feira (6) a Benjamin Netanyahu para formar o novo governo. A legislação local não impede o atual primeiro-ministro, que é acusado por crimes de corrupção, fraude e abuso de confiança, de executar essa missão.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, nesta terça-feira 6 de abril de 2021, no Parlamento israelense em Jerusalém.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, nesta terça-feira 6 de abril de 2021, no Parlamento israelense em Jerusalém. Alex Kolomoisky POOL/AFP
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Com informações do correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa

Reuven Rivlin tomou a contragosto a decisão de confiar a Netanyahu a formação do novo governo. Em vários momentos, durante seu discurso na TV, o presidente israelense fez referência aos processos judiciais do primeiro-ministro.

Mas Rivlin não teve escolha. Ele tem que mostrar imparcialidade e, principalmente, respeitar a lei. Após a consulta os representantes dos partidos políticos israelenses, nesta segunda-feira (5), Benjamin Netanyahu obteve o maior número de apoio e 52 deputados o recomendaram que ele fosse reconduzido ao cargo de primeiro-ministro.

Sem maioria para governar

Netanyahu tem agora 28 dias para formar o novo governo. A missão será delicada. Mesmo se o atual premiê obteve o maior número de apoio dos deputados da Knesset (o Parlamento israelense), ele não atingiu a maioria necessária para governar. Por isso, Netanyahu deverá usar de toda a sua habilidade política para formar uma coalizão viável, que garanta sua permanência no cargo.

O prazo poderá ser prorrogado por mais duas semanas. Se Netanyahu fracassar, o presidente Reuven Rivlin poderá escolher outro nome para formar uma maioria e governar.

Nunca na história de Israel um político ocupou por tanto tempo o cargo de primeiro-ministro como o conservador Netanyahu. Ele chefia o governo israelense desde 2009, mas nos últimos dois anos enfrenta dificuldades para manter uma maioria no Parlamento, o que levou a realização de eleições legislativas sucessivas.

Julgamento por corrupção

Na última votação, em 23 de março, mais uma vez os eleitores não indicaram um vencedor indiscutível. O Likoud de Netanyahu elegeu o maior número de deputados, 30 dos 120 representantes da Kesset, e recebeu o apoio dos partidos ultraortodoxos e de extrema direita.

O julgamento por corrupção do primeiro-ministro israelense foi retomado nessa segunda-feira (5). A promotora de Justiça afirmou que Benjamin Netanyahu fez "uso ilegítimo de seu poder". O premiê de 71 anos, 15 deles como chefe de governo, é acusado de corrupção, fraude e abuso de poder em três casos. Ele nega todas as acusações.

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