Iraque foi informado por Teerã de ataque contra soldados dos EUA
O Iraque declarou que foi informado pelo Irã sobre os ataques ocorridos na madrugada desta quarta-feira (8) contra duas bases militares usadas por soldados americanos em seu território.
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Segundo o gabinete do primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, a represália iraniana ao assassinato do general Qassem Soleimani aconteceu quase simultaneamente a uma ligação telefônica dos americanos, informando que estavam sendo atacados. Teerã disparou 22 mísseis contra bases iraquianas usadas pelas Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA).
"Quarta-feira, depois da meia-noite, recebemos uma mensagem verbal oficial da República Islâmica do Irã de que a resposta ao assassinato do mártir Qassem Soleimani estava começando ou começaria em breve e que os ataques seriam limitados a áreas onde os militares dos Estados Unidos estão presentes no Iraque, sem mais detalhes sobre o paradeiro", afirmou o gabinete do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi. "Quase ao mesmo tempo, os americanos nos telefonaram, enquanto os mísseis caíam nas seções americanas das bases de Ain al-Assad e Erbil", continua o comunicado à imprensa.
Durante meia hora, 22 mísseis atingiram as duas bases que abrigam soldados da coalizão internacional, localizadas no oeste e no norte do Iraque. O Pentágono confirmou cerca de 12 disparos e acrescentou que avalia os estragos e eventuais vítimas. O presidente Donald Trump tuitou que "até agora tudo está bem". Trump anunciou que fará uma declaração durante o dia.
União Europeia pede fim da violência
A televisão iraniana fala em 80 mortos. O Reino Unido, que tem soldados nas bases atingidas, condenou o ataque e informa que há feridos. A França afirmou que nenhum dos soldados franceses mobilizados no Iraque ficou ferido.
A União Europeia diz que o bombardeio é mais um exemplo do aumento da escalada e pede o fim da "espiral de violência".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, adverte o Irã sobre "uma resposta retumbante" em caso de ataque a Israel.
O ataque iraniano aconteceu exatamente na mesma hora em que um drone americano matou, há cinco dias, o general Soleimani e poucas horas depois do enterro do chefe da Guarda Revolucionária Iraniana.
"O Irã não busca a escalada ou a guerra. A represália proporcional terminou", afirmou o ministro das Relaçoes Exteriores iraniano, Javad Zarif. Mais enfático, o aiatolá Ali Kamenei disse que o bombardeio foi "uma bofetada" nos Estados Unidos."O que importa é que a presença corrupta dos Estados Unidos nesta região tem que terminar", frisou. Khamenei já havia pedido uma "vingança severa" pela morte do militar de alta patente.
*Com informações da AFP
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