Trégua humanitária para retirada de civis é prolongada em Homs
A trégua humanitária que já permitiu a retirada mais de mil civis da cidade de Homs, no centro da Síria, e que deveria ter terminado na noite de domingo (9), foi prolongada até a próxima quarta-feira (12). No campo diplomático, a comunidade internacional se mobiliza por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas para que o cessar-fogo seja aplicado em outras cidades sírias. Rússia e China bloqueiam o processo.
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A prorrogação foi confirmada pela responsável de questões humanitárias das Nações Unidas, Valerie Amos. “As partes envolvidas no conflito aceitaram prolongar por mais três dias a trégua no centro histórico de Homs”, celebrou a diplomata por meio de um comunicado nesta segunda-feira (10). “Espero que possamos retirar ainda mais civis e levar mais alimentos”, completou. De acordo com a ONU, mais de mil pessoas foram retiradas da cidade em apenas quatro dias de operação
Homs, bastião dos rebeldes, está cercada pelas forças do regime de Damasco desde junho de 2012. A retirada dos civis é fruto de longas negociações, mediadas pela ONU, entre o governo sírio e os opositores. A televisão local divulgou imagens de mulheres, crianças e idosos abatidos saindo da cidade. Os moradores afirmam que não tinham água nem comida e que sobreviveram se alimentando apenas com ervas e azeitonas.
A operação de retirada também foi marcada por vários ataques, inclusive contra as equipes humanitárias. Apesar da trégua, 14 pessoas morreram durante o fim de semana na região de Homs.
Mobilização internacional
Enquanto as negociações de paz entre os representantes do governo sírio e os membros da oposição retomam sem grandes avanços em Genebra, a comunidade internacional tenta se mobilizar nas Nações Unidas para instalar o sistema de trégua humanitária em outras cidades do país. Uma reunião informal foi organizada nesta segunda-feira em Nova York por Luxemburgo, Austrália e Jordânia para tentar, junto com os membros do Conselho de Segurança da ONU, aprovar um projeto de resolução sobre o tema. No entanto, a Rússia e a China não compareceram ao encontro. O embaixador russo na organização, Vitali Tchourkine, afirmou que o texto poderia “alimentar as tensões políticas e atrapalhar os esforços humanitários em andamento”.
Uma nova reunião para discutir o tema será realizada na tarde desta terça-feira. O projeto de resolução pede o acesso livre e seguro para ajudar as populações de várias localidades do país. Além de Homs, são visadas as cidades de Nubl e Zahra, na região de Aleppo (norte), o campo de palestinos de Yarmouk, em Damasco, e vários vilarejos na zona rural próxima à capital.
Segundo os últimos números divulgados, o conflito sírio, que já dura quase três anos, matou 136 mil pessoas e 250 mil civis continuam sitiados.
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