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Síria/ Genebra II

Sem acordo, rodada de negociações sobre a Síria termina nesta sexta

A primeira rodada de negociações entre representantes do regime sírio e da oposição ao presidente Bashar al-Assad termina nesta sexta-feira (31) na sede das Nações Unidas em Genebra. Ontem, as duas delegações se acusaram mutuamente de atos de terrorismo no país, arrasado pelos combates entre o regime e opositores e jihadistas estrangeiros.

Mediador da ONU e da Liga Árabe para o conflito, Lakhdar Brahimi, reconhece que não houve avanços reais nas negociações até o momento.
Mediador da ONU e da Liga Árabe para o conflito, Lakhdar Brahimi, reconhece que não houve avanços reais nas negociações até o momento. REUTERS/Denis Balibouse
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Ontem, sexto dia de negociações em Genebra com o mediador da ONU e da Liga Árabe para o conflito, Lakhdar Brahimi, as delegações das duas partes, em guerra há quase três anos, se acusaram mutuamente de atos de "terrorismo". "Não houve acordo sobre a forma de tratar o terrorismo", afirmou Brahimi durante uma entrevista coletiva à imprensa, lamentando que não haja ‘realmente uma mudança na posição dos dois interlocutores’".

Os observadores internacionais acreditam que essa primeira rodada de negociações terminará hoje sem nenhum avanço real sobre a delicada questão da transição política, nem sobre a questão humanitária.

 

Oposição vai a Moscou

Brahimi anunciou que essa última reunião vai tentar tirar conclusões sobre os debates e organizar melhor a próxima rodada, que deve acontecer por volta de 10 de fevereiro. A data exata será anunciada hoje. Antes disso, o chefe da coalizão da oposição síria, Ahmad Jarba, irá a Moscou, no dia 4, para sua primeira visita oficial ao principal aliado do regime sírio. A viagem é uma resposta a um convite da Rússia.

"Estamos em contato com os russos (...) Acredito que a relação com os russos deve evoluir de forma positiva", afirmou Jarba na quarta-feira, em Genebra à televisão Al-AAn. Ontem, Jarba declarou que o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, havia dito a ele durante um encontro em Paris que a Rússia "não está presa" ao presidente Assad.

Regime ordena punição coletiva

A organização Human Rights Watch denunciou nesta quinta que o governo sírio demoliu milhares de habitações nas regiões onde a população apoia a oposição em Damasco e Hama (centro) como "punição coletiva". A organização acusa o poder de "riscar do mapa bairros inteiros".

A organização de defesa dos direitos humanos documentou dois casos em Hama e cinco nos arredores de Damasco entre julho de 2012 e julho de 2013, utilizando imagens por satélite. A entidade calcula que 140 hectares, o equivalente a 200 campos de futebol, foram destruídos.

Em Wadi al-Joz, um bairro de Hama, as imagens de satélite mostram em abril de 2013 uma série de habitações entre duas ruas, onde um mês depois aparecem apenas espaços em branco. Segundo a organização, todos os locais atingidos aderiram à rebelião, e é difícil de acreditar na justificativa do governo, segundo a qual faz parte de um plano de restruturação urbanística.
 

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