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Irã/Negociações P5+1

França nega ter bloqueado acordo nuclear entre Irã e grandes potências

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, negou hoje que a França tenha frustrado a assinatura de um acordo nuclear com o Irã no fim de semana em Genebra, como acusaram alguns diplomatas ocidentais. As conversas aparentemente fracassaram na questão do fechamento do reator de Arak, que deve entrar em funcionamento no ano que vem, e no destino do estoque de urânio altamente enriquecido em poder do Irã.

Laurent Fabius (à direita) e John Kerry no dia 22 de outubro de 2013, em Paris.
Laurent Fabius (à direita) e John Kerry no dia 22 de outubro de 2013, em Paris. REUTERS/Philippe Wojazer
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"Dizem que a 'França está isolada'. A França não está nem isolada, nem é uma 'seguidora' da posição de outros países. A França é independente e está trabalhando para a paz", declarou nesta segunda-feira o chanceler francês. Fabius acrescentou que um acordo com o Irã está próximo, faltando "dois ou três pontos de divergência a serem superados com o Irã, para que as salvaguardas sejam garantidas".

As negociações para um acordo nuclear entre o Irã e o chamado P5+1, grupo que compreende os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) mais a Alemanha, terminaram sem acodo no fim de semana, em Genebra. Uma nova rodada de discussões foi marcada para o dia 20 de novembro.

Acordo entre Teerã e AIEA

A Agência Internacional de Agência de Energia Atômica (AIEA) e o Irã assinaram nesta segunda-feira uma declaração conjunta que prevê inspeções em instalações nucleares iranianas consideradas sensíveis, incluindo o reator de água pesada da usina de Arak e a mina de urânio de Gachin.

O chefe da agência iraniana de energia atômica, Ali Akbar Salehi, e o chefe da AIEA, Yukiya Amano, disseram em uma entrevista coletiva conjunta em Teerã que a declaração contém um roteiro de seis etapas aceitas "voluntariamente" pelo Irã. A primeira delas deve durar seis meses e "tem o objetivo de criar mais confiança entre as partes", declarou Salehi. "Nas fases seguintes, especialistas iranianos e da AIEA abordarão outras questões, inclusive sem componente nuclear direto", explicou o iraniano.

Kerry tenta tranquilizar Israel e países árabes

O secretário de Estado americano, John Kerry, procurou tranquilizar Israel e os países árabes do Golfo aliados de Washington de um possível acordo com o Irã. Ele garantiu nesta segunda-feira que os Estados Unidos vão continuar a proteger os aliados.

"Esperamos alcançar nos próximos meses um acordo que seja aceitável para todos", disse o secretário de Estado em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, última etapa de uma viagem de dez dias ao Oriente Médio e à Europa. Kerry também revelou que foi Teerã que deixou a mesa de negociações em Genebra, impedindo a assinatura de um acordo nesse fim de semana.

Sobre as preocupações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Kerry comentou que "as sanções contra o Irã foram postas em prática para resultar em negociações". Ele garantiu que o acordo atualmente em discussão protegerá tanto Israel como os países árabes do Golfo "de forma mais eficiente".

Ocidentais e israelenses acusam o Irã de tentar desenvolver a bomba atômica, mas Israel, considerada a única potência nuclear na região, estima que o Irã ameaçaria sua existência se também possuísse a arma nuclear. Regularmente, Israel ameaça destruir as instalações nucleares iranianas. Os países do Golfo também temem as ambições regionais iranianas.

Reaproximação entre Londres e Teerã

Em mais um sinal positivo de reaproximação entre os ocidentais e o governo de Teerã, a Grã-Bretanha e o Irã nomearam hoje encarregados de negócios "não residentes" nas duas capitais. As relações diplomáticas entre os dois países estavam congeladas desde o final de 2011.

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