Irã e AIEA fecham acordo sobre inspeções nucleares
A Agência Internacional de Agência de Energia Atômica (AIEA) e o Irã assinaram nesta segunda-feira uma declaração conjunta que prevê inspeções em instalações nucleares iranianas consideradas sensíveis, incluindo o reator de água pesada da usina de Arak e a mina de urânio de Gachin.
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O chefe da agência iraniana de energia atômica, Ali Akbar Salehi, e o chefe da AIEA, Yukiya Amano, disseram em uma entrevista coletiva conjunta em Teerã que a declaração contém um roteiro de seis etapas aceitas "voluntariamente" pelo Irã. A primeira delas deve durar seis meses e "tem o objetivo de criar mais confiança entre as partes", declarou Salehi. "Nas fases seguintes, especialistas iranianos e da AIEA abordarão outras questões, inclusive sem componente nuclear direto", explicou o iraniano.
A base de militar de Parchin, perto de Teerã, foi excluída, por enquanto, das inspeções. A AIEA suspeita que os iranianos realizaram em Parchin testes de explosão nuclear. Desde 2012, o Irã nega à AIEA acesso a instalações militares consideradas suspeitas pelas grandes potências.
O chefe da AIEA qualificou de "muito importante" o compromisso assinado hoje com o Irã, mas acrescentou que "ainda resta muito a fazer" para resolver as dúvidas sobre uma possível dimensão militar do programa nuclear civil iraniano. "A AIEA resolverá todas as questões pendentes, presentes e passadas, por meio dessa cooperação", disse Amano.
As negociações do Irã com a AIEA são distintas das conduzidas pelo chamado P5+1, grupo que compreende os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) mais a Alemanha. No fim de semana, o P5+1 encerrou um ciclo de reuniões em Genebra sem concluir um acordo. Uma nova rodada de discussões foi marcada para o dia 20 de novembro.
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