Islâmicos moderados são favoritos nas legislativas no Marrocos
Treze milhões de eleitores foram convocados para votar hoje nas eleições legislativas antecipadas no Marrocos. É a primeira votação realizada após as reformas constitucionais adotadas pelo rei Mohamed 6° para acalmar as tensões populares no país, inspiradas nas revoltas no mundo árabe.
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As mudanças propostas pelo rei Mohamed 6°, aprovadas em referendo em julho passado, garantem mais poder ao parlamento. Daqui para frente, o rei terá de escolher o primeiro-ministro entre as personalidades do partido vencedor. Trinta e um partidos concorrem na votação, mas a grande incógnita é o nível de participação, já que a abstenção é tradicionalmente alta no eleitorado marroquino.
Três partidos lideram as intenções de voto. O Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD), islâmico moderado, até então na oposição com 47 deputados em 395, desponta como favorito e pode ter um desempenho semelhante ao Ennahda, vencedor das legislativas na Tunísia. Seus maiores adversários são os partidos Independência, do atual primeiro-ministro Abbas El Fassi, e o jovem partido liberal União Nacional dos Independentes, do ministro da Economia, Salaheddine Mezouar.
A principal deficiência dos islâmicos é a fraca penetração nas zonas rurais. O partido governista tem a melhor representação nacional, enquanto os liberais, que também estão na coalizão de governo, formam um partido de perfil tecnocrata.
A tensão social tem crescido no Marrocos. Apesar da aparente coesão em torno do rei, a população se queixa cada vez mais do desemprego elevado, principalmente entre os jovens.
Os resultados oficiais das eleições marroquinas devem ser publicados neste sábado.
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