Filho de Kadafi será julgado primeiro na Líbia, avisa CNT
O Conselho Nacional de Transição que governa a Líbia afirmou que Saif al-Islam, o filho de Muammar Kadafi capturado neste sábado, será tratado com humanidade e terá um julgamento justo. Antes de ser entregue ao Tribunal Penal Internacional, que o procura por supostos crimes contra a humanidade, ele deverá comparecer diante da justiça do seu país.
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O Tribunal Penal Internacional (TPI) foi o primeiro a reagir ao anúncio da prisão de Saif al-Islam, pedindo que o Conselho Nacional de Transição (CNT) o entregasse para ser julgado por supostos crimes contra a humanidade. Ele teria, ao lado de seu pai, articulado a repressão violenta depois da explosão das revoltas populares na Líbia, que deixaram milhares de mortos.
A resposta da Líbia não demorou. O governo anunciou que o último membro da família Kadafi a ser preso será julgado no seu próprio país, em primeiro lugar.
Dedos machucados
A rede de televisão líbia al-Ahrar divulgou neste sábado as primeiras imagens de Saif al-Islam após sua prisão. No vídeo, ele aparece deitado, com os dedos enfaixados. De acordo com os chefes militares ligados ao Conselho Nacional de Transição (CNT), al-Islam teria sido ferido durante um bombardeio quando deixava a cidade de Bani Walid, logo após a queda do bastião dos partidários de Kadafi, em meados de outubro.
Segundo Mohammed al-Allagui, ministro da Justiça e dos Direitos Humanos do CNT, o filho de Muammar Kadafi foi detido no sul da Líbia. Ele teria sido preso com três seguranças na região de Oubari, quando tentava fugir para o Níger.
Saif al-Islam é alvo desde junho de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes contra a humanidade. Último filho do ditador que ainda estava foragido, ele é apontado como um dos pilares da repressão recente contra a população.
Aos 39 anos de idade, Saif al-Islam foi visto durante muito tempo como um possível sucessor de seu pai no poder. Seu discurso conciliador, que sempre tentou apaziguar as relações com o Ocidente, se transformou após a revolta popular que começou em fevereiro. Desde então, ele adotou um postura de guerra para defender o regime de Kadafi.
O anúncio de sua prisão foi festejado com um buzinaço nas ruas de Trípoli.
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