Presidente do Iêmen promete assinar acordo da oposição neste domingo

A oposição iemenita assinou na noite deste sábado um acordo de saída de crise, no qual prevê a demissão do atual presidente d’Ali Abdallah Saleh no prazo de um mês. Saleh, no poder há 32 anos, deve validar o texto nesse domingo. Os protestos contra o regime começaram no mês de janeiro no país. Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia durante as manifestações deste sábado.

Militares se uniram às manifestações contra o regime do presidente Saleh em Sanaa neste sábado. Reuters/Khaled Abdullah

Ali Abdallah Saleh já havia informado várias vezes que iria assinar o texto proposto pela oposição, mas neste sábado, pela primeira vez, o presidente do Iêmen disse pessoalmente que aceitaria o plano de saída da crise. Ele confirmou que vai ratificar o texto, apesar de alegar que tratar-se de um complô armado pelas monarquias do Golfo. Saleh também alertou para o risco que de que um novo braço do grupo terrorista Al Qaeda se instale no país caso ele deixe o poder.

O plano de saída de crise apresentado pela oposição iemenita ao Conselho de Cooperação dos Países do Golfo (CCG na sigla em inglês), prevê a formação de um governo de reconciliação e a demissão, em no máximo um mês, de atual presidente. Se o plano entrar realmente em vigor, eleições presidenciais serão realizadas dois meses depois. Em troca, Saleh e seus próximos beneficiariam de imunidade total.

Segundo informações divulgadas pelo partido do governo, o presidente estaria pronto para assinar o acordo neste domingo, uma data histórica para o país, que celebra o 21° aniversário de sua unificação. Saleh está no poder há 32 anos.

Desde janeiro o Iêmen é palco de manifestações violentas pedindo a demissão do presidente. Neste sábado, 35 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia na cidade de Houdeïda e dezenas foram intoxicadas pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pelas forças de ordem.