Coreias retomam discussões após tensões do fim do ano

Autoridades da Coreia do Norte e da Coreia do Sul voltaram a se reunir nesta terça-feira, pela primeira vez desde o ataque de Pyongyang contra uma ilha dos vizinhos do sul em novembro do ano passado. O encontro teve como objetivo preparar uma reunião de alto nível entre ministros da Defesa dos dois países.

Responsáveis militares norte-coreanos pouco antes do início do encontro com as autoridades sul-coreanas Reuters

As discussões foram realizadas no vilarejo neutro de Panmunjon, no centro da Zona Desmilitarizada (DMZ). Mesmo se o encontro desta terça-feira teve como tema oficial a preparação da reunião bilateral dos ministros, nos bastidores, o evento permitiu a Seul testar as intenções do vizinho norte-coreano, que vem afirmando sua vontade de retomar o diálogo. “As duas partes discutiram a ordem do dia e a organização de um encontro de alto nível”, declarou Kim Min-Seol, porta-voz do ministério de Defesa sul-coreano. “As conversas foram sérias e não houve discussões políticas”, disse o representante.

O ano passado foi marcado por dois incidentes graves que aumentaram as tensões entre os dois países. Em março, uma corveta sul-coreana afundou após ter sido atingida por um torpedo atribuído à Coreia do Norte, causando a morte de 46 pessoas. Em novembro, a a Coreia do Norte teria bombardeado uma ilha sul-coreana, causando a morte de dois militares e dois civis. Pyongyang nega a responsabilidade nos dois ataques.

A China, aliado de Pyongyang, e os Estados Unidos, próximos de Seul, pressionaram para a retomada das discussões. Pequim quer que a Coreia do Norte volte a discutir com a comunidade internacional sobre seu controverso programa nuclear. Já os norte-americanos insistem para que Pyongyang retome, antes de mais nada, o diálogo com Seul.