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Haiti/Eleições

Resultado de eleições provoca protestos no Haiti

Após o anúncio da comissão eleitoral haitiana sobre a necessidade de um segundo turno para a eleição presidencial, protestos violentos eclodiram nas ruas da capital Porto Príncipe e em diversas cidades do interior do país na noite desta terça-feira e na manhã desta quarta-feira. O candidato governista Jude Célestin e a ex-primeira-dama Mirlande Manigat disputam a cadeira presidencial.

Os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais geram distúrbios e protestos no país.
Os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais geram distúrbios e protestos no país. Reuters
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O Conselho Eleitoral declarou que a candidata Mirlande Manigat obteve 31% dos votos, Jude Célestin, 22% e o cantor Michel Martelly aparece na terceira colocação com 21% dos votos, apenas 6 mil votos de diferença em relação ao segundo colocado. Esse placar apertado e a suspeita de fraudes eleitorais foram o estopim dos episódios de violência.

Em Pétion-Ville, na periferia da capital, centenas de jovens encapuzados ergueram barricadas e incediaram lojas. Para conter os protestos, a polícia teve que intervir com bombas de gás lacrimogêneo. As rádios locais disseram ainda que houve troca de tiros entre as autoridades policias e os manifestantes em outros pontos do país.

Não apenas a população parece desconfiar dos dados das autoridades eleitorais haitianas. Um grupo de observadores financiado pela União Europeia havia anunciado estimativas que mostravam a candidata Manigat com 30% dos votos e, em segundo lugar, Martelly com 25%. O candidato governista Célestin aparecia com apenas 20%.

Os Estados Unidos também disseram estar preocupados com os resultados considerados “incoerentes”, mas pediram que a população mantenha a calma. O comunicado da embaixada americana em Porto Príncipe também oferece ajuda dos Estados Unidos para apurar as acusações de fraude.

Cólera

Além da tensão provocada pela situação política, a epidemia de cólera no Haiti continua a preocupar. Especialista francês diz acreditar que a doneça foi importada por soldados da ONU. O relatório do epidemiologista Reanud Piarroux, que ainda não foi publicado oficialmente, mas vazou a imprensa, relança a polêmica sobre a origem da doença no país.

Após investigações no local, o professor enviado pela França a pedido das autoridades haitianas conclui que a explicação mais lógica para a propagação é a contaminação de um rio por soldados do Nepal baseados em um dos campos da Minustah, a missão da Onu no país chefiada pelo Brasil.

O porta-voz adjunto da Minustah, Vicenzo Pugliese, disse que esse relatório não é conclusivo. Ele afirmou que a missão da ONU realizou testes no local e que os resultados foram negativos.

 

 

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