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França prepara megaoperação para expulsar imigrantes ilegais do arquipélago de Maiote

Maiote é um pequeno departamento francês no Oceano Índico, entre a Ilha de Madagascar e a costa de Moçambique. Ainda que seja uma pequena região, o arquipélago recebe grande atenção da mídia francesa nesta sexta-feira (21), quando uma extensa operação contra a imigração ilegal deve entrar em curso na próxima segunda-feira (24).

A quantidade significativa de imigrantes ilegais causou o grande aparecimento de comunidades pobres e insalubres no arquipélago de Maiote.
A quantidade significativa de imigrantes ilegais causou o grande aparecimento de comunidades pobres e insalubres no arquipélago de Maiote. © Marion Joly / AFP/File
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O assunto é a manchete do Figaro, que também traz uma entrevista com o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, que detalha a operação. Ao todo devem ser mobilizados 1,8 mil policiais e agentes de segurança para expulsar os imigrantes clandestinos, chamados na França de "sans papiers", sem papéis, sem documentos.

"Tão longe e tão perto", relativiza o editorial da publicação, afirmando que, apesar da distância geográfica entre Paris e Maiote, a imigração "massiva e anárquica" na ilha afeta silenciosamente a estrutura pública, deteriorando a qualidade dos serviços, além de estar associada ao crescimento da delinquência local. "A milhares de quilômetros, as mesmas causas, os mesmos efeitos", sintetiza o texto.

Maiote, no entanto, é apenas a polêmica migratória da vez. Em suas páginas internas, Le Figaro aborda a adoção de um texto pelo Parlamento Europeu que demanda o financiamento para a construção de muros na União Europeia justamente para fazer frente à pressão migratória.

Ilustrando a matéria, uma imagem mostra pequenas barracas de imigrantes instaladas sob a neve e ao lado de uma barreira de arames farpados.

“Retomada”

"Maiote se prepara para expulsões massivas" alerta o título do jornal La Croix, que se preocupa com a crise humanitária que pode se instalar na região nos próximos dias, em meio a uma população do arquipélago de mais de 350 mil pessoas, quando o senso oficial estima 256,5 mil habitantes.

Já o site Franceinfo avalia como a operação, chamada de Wuambushu, que significaria “retomada”, e que deve durar pelo menos dois meses, pretende repatriar estes imigrantes ilegais, vindos do arquipélago vizinho de Comores, em sua maioria, e como a ação espera desmantelar cerca de 40 organizações criminosas que atuam hoje nas ilhas.

Entidades de defesa dos direitos humanos mostram preocupação principalmente com a condição de crianças vulneráveis e expostas a situações de perigo durante a operação. Além do deslocamento de cerca de 500 agentes de segurança que se somarão à polícia local, a França envia para a operação seis magistrados e 15 agentes de proteção judiciária da juventude.

O presidente de Comores, Azali Assoumani, declarou esperar "que a operação seja cancelada", reconhecendo "não ter meios para a impedi-la à força". Intensas negociações aconteceram nas últimas semanas entre Moroni e Paris, levantando a possibilidade de um acordo de última hora.

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