Míssil testado pela Coreia do Norte poderia atingir bases americanas
A Coreia do Norte anunciou que testou com sucesso um novo tipo de míssil, que seria capaz de transportar uma "potente ogiva nuclear" e atingir bases americanas no Pacífico. Após o teste, Estados Unidos e Japão pediram a convocação de uma reunião em caráter de urgência do Conselho de Segurança da ONU, que pode acontecer na terça-feira (16).
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O presidente russo, Vladimir Putin, chamou nesta segunda-feira (15) o lançamento de "contraproducente e perigoso", mas também pediu que se deixe de "intimidar a Coreia do Norte". Putin defendeu uma solução pacífica ao conflito gerado pelo programa nuclear de Pyongyang.
A agência estatal norte-coreana KCNA informou que o míssil testado no domingo, denominado Hwasong-12, pode atingir um alvo a média ou longa distância. O líder norte-coreano Kim Jong-Un "supervisionou pessoalmente o lançamento do novo modelo de foguete", que foi desenvolvido recentemente, afirmou a agência. Algumas fotos mostram o dirigente em um hangar perto do míssil. Em outras imagens, ele aparece ao lado de oficiais aplaudindo o disparo.
O teste pretendia examinar "os detalhes técnicos e as características" de um novo tipo de foguete, "capaz de transportar uma carga nuclear grande e poderosa", diz a KCNA. O míssil seguiu a trajetória prevista, alcançando uma altura de 2.111,5 quilômetros, e caiu a 787 quilômetros de distância do ponto de lançamento, "precisamente onde se desejava", destacou a agência oficial norte-coreana.
Segundo especialistas, essa descrição indicaria que o míssil pode ter um alcance de 4.500 quilômetros. O míssil permaneceu no ar durante meia hora, antes de cair no Mar do Japão, situado entre os dois países, segundo o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga.
Este foi o segundo lançamento de míssil em duas semanas e o primeiro desde que o presidente Moon Jae-In tomou posse na Coreia do Sul. Outro míssil de teste lançado em março também caiu em uma área muito próxima do Japão, o que provocou alerta no governo de Tóquio.
"Avanço substancial"
De acordo com Jeffrey Lewis, do Middlebury Institute of International Studies, com sede nos Estados Unidos, "este é o míssil de maior alcance já testado pela Coreia do Norte".
O engenheiro aeroespacial John Schilling, citado pelo site especializado 38 North, disse que o foguete parece pertencer à categoria intermediária de míssil balístico, "capaz de atacar com precisão a base americana de Guam" no Pacífico. "E o que é mais importante, representa um avanço substancial para o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM)", completou.
Apesar de Washington não descartar nenhuma opção, Pequim já se mostrou contrária a qualquer uso da força contra Pyongyang, com receio das consequências que um conflito na península coreana pode ter em sua fronteira.
A China sugere há várias semanas que a Coreia do Norte suspenda seu programa nuclear e balístico. Pequim também defende que os Estados Unidos e a Coreia do Sul encerrem os exercícios militares organizados na região. A proposta foi rejeitada por Washington, que deseja de Pequim uma aplicação mais rigorosa das sanções adotadas pela ONU contra o regime norte-coreano.
"Que esta última provocação sirva de chamado a todas as nações para implementar sanções muito mais fortes contra a Coreia do Norte", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
A Rússia minimizou a gravidade do teste norte-coreano. O ministério da Defesa de Moscou afirmou em um comunicado que o míssil caiu a 500 km de sua fronteira e que "não representa nenhum perigo" para o país.
Com informações da AFP
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