Líder da oposição se torna primeira mulher presidente de Taiwan
A candidata da oposição, Tsai Ing-wen, venceu as eleições presidenciais em Taiwan, se tornando a primeira mulher a liderar o país. O resultado do pleito representa uma derrota importante para o Kuomintang (KMT), partido tradicional no poder, que defendia uma reaproximação da ilha com a China. Pequim não reconhece a soberania taiwanesa.
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Segundo a comissão eleitoral, Tsai Ing-wen, do Partido democrático progressista (PDP), venceu o pleito com 56,23% dos votos, contra 31,04% para Eric Chu, do Kuomintang. Além de deixar a presidência, o KMT também perde a maioria no parlamento.
Intelectual discreta e admiradora da ex-primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, Tsai Ing-Wen se torna a primeira mulher presidente de Taiwan. Aos 59 anos, essa ex-professora universitária optou pela cautela a respeito da China após seu fracasso nas eleições presidenciais de 2012. Na época, sua derrota foi atribuída à distância que a então candidata impôs com relação a Pequim. Desta vez, ela preferiu defender o status quo nas relações bilaterais.
Taiwan não é a China
Taiwan é independente desde 1950, mas a China a considera como uma província rebelde que deve ser reintegrada ao continente. Apenas 22 países reconhecem a ilha como nação soberana.
As relações com Pequim melhoraram desde a chegada ao poder, em 2008, do presidente Ma Jing-jeou. A reaproximação alcançou seu auge no fim de novembro de 2015 com uma reunião histórica na ilha com o presidente chinês, Xi Jinping, a primeira desde a separação de ambos territórios há mais de 60 anos. No entanto, mesmo se esse movimento permitiu a assinatura de acordos comerciais e um boom turístico em Taiwan, muitos habitantes temem que a ilha se torne dependente de Pequim, perdendo, assim, sua identidade e soberania.
Censura na internet
Logo após o anúncio do resultado das eleições, a população saiu às ruas para festejar o que consideram com uma vitória para a autonomia da ilha. Cartazes com os dizeres “Independência para Taiwan” e “Taiwan não é a China” podiam ser vistos em Taipé.
Pequim declarou, após o a divulgação da vitória de Tsai Ing-wen, que a China não vai tolerar nenhum tipo de provocação.
A nova presidente já foi vítima de censura imediatamente após a divulgação dos resultados do pleito. Seu nome foi excluído do Weibo, a principal rede social chinesa, numa tentativa de limitar o impacto de sua eleição na mídia e as discussões sobre o tema na internet.
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