Raúl Castro volta à França em visita histórica
O presidente de Cuba Raúl Castro inicia nesta segunda-feira (1) uma viagem oficial de dois dias à França para reforçar os laços econômicos e sociais com o país. Esta é a primeira visita de um chefe de Estado cubano ao país desde 1995, quando o ex-presidente Fidel Castro esteve em Paris a convite de François Miterrand.
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Raúl Castro, que desembarcou em Paris no sábado, participará de uma cerimônia no Arco do Triunfo e será recebido à tarde pelo presidente francês, François Hollande. À noite, ele é o convidado de honra de um jantar no palácio do Eliseu. O cancelamento e a reconversão da dívida cubana, além dos investimentos franceses na ilha, são os principais assuntos em pauta.
O presidente François Hollande foi o primeiro chefe de Estado europeu a viajar para Cuba, em maio do ano passado, poucos meses depois da reaproximação de Washington e Havana, anunciada em dezembro de 2014.
França quer que Cuba seja um aliado estratégico
A França espera que Cuba se torne um aliado estratégico, inclusive em questões multilaterais na ONU (Organização das Nações Unidas), como o clima. Várias empresas francesas também estão presentes em Cuba, mas a dívida cubana de €14,7 bilhões sempre representou um freio para os investimentos. O problema foi resolvido no último dia 2 de dezembro, depois da assinatura de um acordo que cancela 80% da dívida cubana.
Como a França é o principal credor de Cuba, a assinatura de um acordo bilateral entre os dois países para cancelar o restante da dívida é essencial para relançar a economia e os investimentos no país. Ainda restam cerca de € 360 milhões que devem ser cancelados ou convertidos em projetos de desenvolvimento, através do escritório da Agência Francesa de Desenvolvimento, que será inaugurada em Havana. Os setor dos transportes e das energias renováveis são prioritários, além de projetos para desenvolver o turismo.
Cuba decidiu não apostar em apenas um país
O embaixador de Cuba na França, Héctor Igarza Cabrera, explica que a presença de empresas francesas é muito importante para a ilha. "Antes da Revolução, tínhamos apenas os Estados Unidos como parceiros, e depois a União Soviética. Há alguns anos decidimos diversificar nossas parcerias e não apostar em apenas um país", disse.
"É preciso investir em Cuba. Isso permitirá ao país evoluir", afirma o enviado especial do presidente François Hollande para a América Latina, Jean-Pierre Bel. Para Emmanuel Colombié, chefe do departemento para a América Latina da organização latina Repórteres Sem Fronteiras, ainda há muitos progressos a serem feitos, principalmente em relação à liberdade de imprensa. Um tema delicado, mas que deverá ser abordado entre os dois presidentes.
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