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Famílias conservadoras/ Feministas

Feministas protestam contra congresso de ultraconservadores na Itália

O congresso mundial da família tradicional, em Verona, no nordeste da Itália, foi marcado, neste sábado (30), por uma manifestação dos movimentos feministas contra esta reunião de militantes ultraconservadores.

Pessoas protestam contra o Congresso Mundial das Famílias, em Verona, Itália, em 30 de março de 2019.
Pessoas protestam contra o Congresso Mundial das Famílias, em Verona, Itália, em 30 de março de 2019. REUTERS/Yara Nardi
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Uma marcha de milhares de pessoas, a maioria mulheres, vindas da Itália e de vários países europeus, partiu no início da tarde do centro da cidade para denunciar as teses defendidas pelos congressistas, bem como a campanha anti-aborto lançada por ocasião do evento que divide a coalizão no poder na Itália, formada pela Liga (extrema direita) e pelo Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema).

Por iniciativa do movimento feminista "Non una di Meno" ("Nenhuma a Menos"), um flash mob aconteceu pela manhã perto do prédio onde os debates estão acontecendo. O edifício está cercado por uma grande força policial para evitar possíveis confrontos.

Bella Ciao

Os militantes cantaram "Bella Ciao" (a canção dos combatentes da resistência italiana durante a Segunda Guerra Mundial) com uma faixa dizendo: "Sobre nossos corpos e nossos desejos, somos nós que decidimos".

O ministro do Interior e chefe da Liga, Matteo Salvini, deve se pronunciar no Congresso neste sábado, dia também marcado pelo lançamento de um comitê exigindo um referendo para revogar a lei conhecida como "194", que legalizou o aborto na Itália em 1978.

"Pedimos que toda a lei seja aplicada, incluindo os primeiros artigos, aqueles que nunca são aplicados e que garantam que uma mulher pode realmente escolher dar à luz a seu filho", disse à imprensa Filippo Savarese, presidente para a Itália do Citizen Go, um movimento que milita contra o aborto, a eutanásia e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Inaugurado em 1997 pelo americano Brian Brown, presidente da Organização Internacional da Família, o congresso mundial reúne anualmente desde 2012 defensores da família tradicional.

Seu lema é "afirmar, celebrar e defender a família natural como a única unidade fundamental e sustentável da sociedade".

As edições anteriores aconteceram no ano passado na Moldávia, sob o patrocínio do presidente da República da Moldávia, Igor Dodon, presente em Verona, e em 2017, em Budapeste, com a participação do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.

Polêmica

A escolha da Itália este ano, no entanto, provocou polêmica, inclusive dentro do governo.

Sob pressão, a presidência do Conselho de Ministros retirou seu patrocínio, concedido, porém, pelo Ministério da Família, liderado por Lorenzo Fontana, membro da Liga (extrema direita) e ardente defensor da família tradicional.

E enquanto Matteo Salvini, que também é vice-presidente do Conselho Italiano, expressou apoio às famílias "compostas de pai e mãe", seu homólogo no governo Luigi Di Maio claramente se distanciou.

"A visão defendida por este Congresso em Verona é uma visão do mundo substancialmente pertencente à Idade Média, que considera a mulher como submissa", disse Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas.

Este ano, os temas para os debates se concentram na "beleza do casamento", "direitos das crianças", "mulheres na História", "crescimento e declínio demográfico", bem como a "defesa legal da vida".

(Com informações da AFP)

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