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Migrantes

Navio “Aquarius” encerra trabalhos de resgate de migrantes no Mediterrâneo

As ONGs Médicos Sem Fronteiras e SOS Mediterrâneo anunciaram na quinta-feira (6) o fim das operações de salvamento do navio humanitário "Aquarius" no Mar Mediterrâneo. A embarcação se tornou o símbolo da crise política sobre o acolhimento de imigrantes na Europa.

Navio "Aquarius" socorreu mais de 30 mil pessoas desde 2016.
Navio "Aquarius" socorreu mais de 30 mil pessoas desde 2016. Reuters/DARRIN ZAMMIT LUPI
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"Renunciar ao Aquarius foi uma decisão extremamente difícil de tomar", declarou em um comunicado Frédéric Penard, diretor de operações da SOS Mediterrâneo. O ativista lamentou "os ataques incessantes contra o navio e seus tripulantes" por parte de alguns governos europeus.

No entanto, a ONG cogita fretar um novo navio e "estuda seriamente todas as propostas para continuar suas missões de salvamento". "Nos negamos a ficar com os braços cruzados enquanto as pessoas continuam morrendo no mar", declarou Penard.

A diretora-geral da Médicos Sem Fronteiras, Nelke Mander, também lamentou o fim das operações do Aquarius. "É um dia triste", declarou, lembrando que “isso vai implicar em mais mortes no mar".

30 mil pessoas salvas em dois anos

O "Aquarius", que realizava resgates diante da costa da Líbia desde 2016, atracou em Marselha no início de outubro à espera de uma bandeira que lhe permitisse navegar, após ter perdido os registros de Gibraltar e Panamá. Na semana passada, foi recusado pela Suíça. Durante suas operações, socorreu 30 mil pessoas.

No final de novembro, a justiça italiana solicitou o embargo do navio por tratamento ilegal de resíduos - o que foi classificado como "desproporcional e infundado" por parte da SOS Mediterrâneo. A ONG acusou Roma de tentar fragilizar a capacidade do "Aquarius" de realizar salvamentos, diante da política antiimigração italiana.

O navio se tornou um símbolo da crise diplomática envolvendo os migrantes em junho, após permanecer sem destino durante uma semana no Mediterrâneo com 630 refugiados a bordo, diante da rejeição de Itália e Malta de permitir sua entrada. Finalmente, depois de vários dias de impasse, a Espanha abriu seus portos à embarcação, diante da promessa de vários países europeus de receber parte das pessoas a bordo.

"Hoje, mais do que nunca, precisamos do apoio de todos os cidadãos que acreditam ainda em nossos valores de humanidade e desejam participar de nossos esforços para encontrar um novo navio", afirmou a presidente do escritório francês da SOS Mediterrâneo, Sophie Beau.

(Com informações da AFP)

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