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Suiça/Referendo

Suíços vão às urnas decidir sobre estatização do modelo de saúde

Acostumados a decidir questões através de referendos, os suíços irão às urnas mais uma vez no próximo domingo (28) para escolher se querem mudar o atual modelo privado de seguro saúde, substituindo por um sistema público, inspirado no francês. Os críticos do sistema condenam os altos preços dos planos privados. Os defensores dizem que ele é um dos poucos da Europa que não apresenta déficit e endividamento.

Cabines de votação suíças serão aberta novamente no domingo.
Cabines de votação suíças serão aberta novamente no domingo. france24
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Atualmente, os suíços e os estrangeiros residentes no país são obrigados a contratar um seguro de saúde básico, podendo escolher entre as 61 empresas privadas que oferecem serviços no setor. Os preços variam de acordo com o valor da franquia e com a situação do segurado, não muito diferente dos planos de saúde brasileiros.

A mudança proposta pela esquerda suíça se baseia no fato de os preços dos planos de saúde terem aumentado desproporcionalmente nos últimos 20 anos. Enquanto os custos da saúde cresceram 80%, as prestações dos planos privados subiram 125%. Eles também acusam as seguradoras de divulgar listas de inadimplentes. O movimento de esquerda acredita que somente um seguro público pode resolver esta situação.

Modelo privado não tem dívidas

Para o governo, a maioria do parlamento e a direita suíça, o atual modelo de livre-concorrência já provou que evita o prejuízo e o endividamento do sistema, ao contrário do que acontece nos modelos públicos da França, Itália ou Reino Unido. “Na Suíça, nós não temos déficit. É um sistema são. Podemos até denunciar a falta de transparência de algumas seguradoras, mas não é a estatização que vai resolver o problema”, afirma Ivan Slatkine, vice-presidente do Partido Liberal Radical.

Bastante acostumados à cultura da livre-concorrência, os suíços devem acabar defendendo o atual modelo nas urnas. Segundo o instituto de pesquisa Gfs.Bern, 54% dos eleitores dizem que irão rejeitar a proposta de mudança, 38% devem defendê-la e 8% estão indecisos.

Marie Steinauer, uma farmacêutica de Genebra, classifica a proposta de “confusa” e diz que o déficit da seguridade social francesa prova que a proposta não é muito atraente. O governo diz que os aumentos das tarifas se dão por causa do envelhecimento da população e das tecnologias cada vez mais modernas – e caras – da medicina.

Olivier Chappaz, um advogado também de Genebra, diz que é preciso encontrar um meio termo: “Acho que podemos manter o atual sistema, mas tentar fazer com que as seguradoras redistribuam de verdade a totalidade dos valores que elas recebem pelo seguro obrigatório”.

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