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Alemanha/Economia

Criação de salário mínimo na Alemanha gera desconfiança

A indústria alemã recebeu com ceticismo o anúncio de criação de um salário mínimo no país, feito nesta quinta-feira por Angela Merkel. A chanceler alemã cedeu a esta exigência dos social-democratas nas negociações para a formação de um governo de coalizão.

A chanceler alemã Angela Merkel durante discurso para executivos da indústria alemã nesta quinta-feira, 21 de novembro.
A chanceler alemã Angela Merkel durante discurso para executivos da indústria alemã nesta quinta-feira, 21 de novembro. Foto: Reuters
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Horas depois do anúncio de um futuro salário mínimo para todo o país, economistas calcularam que a medida pode destruir até 1 milhão de empregos no país. A região mais atingida seria o leste, onde a mão-de-obra é mais barata.

Na Alemanha, os salários são pagos através de acordos setoriais. Se por um lado, essa flexibilidade gera empregos, por outro cria muitas disparidades. Um trabalhador da indústria ganha mais do que o do setor de serviços, por exemplo, e tem as diferenças regionais também.

No leste, um trabalhador pode ganhar entre 3 e 6 euros, bem abaixo de um trabalhador de outras regiões. Somente algumas categorias têm um salário mínimo como segurança, construção civil e mais recentemente cabelereiros.

Uma comissão reunindo representantes de sindicatos patronais e de trabalhadores deve ser formada para avançar as discussões, mas ninguém está totalmente convencido que será bom para o país criar esse salário de base.

Os mais otimistas consideram que a implantação de um salário mínimo pode beneficiar 6 milhões de trabalhadores.

Negociações

O anúncio, feito ontem por Angela Merkel, é interpretado como uma concessão feita aos social-democratas, com quem ela e sua coalizão conservadora terão que governar neste seu novo mandato.

A decisão é fruto de 4 semanas de negociação entre o partido conservador da chanceler, o CDU e os social-democratas da SPD, que impuseram esse salário mínimo como um das condições para compor o governo.

A FMI e a OCDE forçam a Alemanha a aumentar sua demanda interno através de aumentos nos salários.

Na França, a central sindical CFDT comemorou a decisão de Angela Merkel porque considera a medida um passo à frente para reforçar uma Europa mais Social.

 

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