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Papa/Argentina

Advogada francesa acusa papa de cumplicidade com ditadura argentina

Em meio à acusações de um jornalista argentino, de que teria sido conivente com a ditadura militar da Argentina(1976-1983), agora o Papa Franscisco é alvo de críticas vindas da França. A justiça francesa teria investigado o então cardeal Jorge Mario Bergoglio durante inquérito para apurar a morte de um religioso francês, na Argentina, em 1976.

Jorge Mario Bergoglio é acusado de cumplicidade com a ditadura argentina
Jorge Mario Bergoglio é acusado de cumplicidade com a ditadura argentina REUTERS/Vatican CTV via Reuters
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Em 2010, o então cardeal e primaz da Argentina, Monsenhor Bergoglio, foi interrogado como testemunha pela justiça argentina nas investigações sobre crimes cometidos durante a ditadura no país sulamericano. Um ano mais tarde, uma juíza francesa pediu, em vão, que o cardeal Bergoglio fosse interrogado durante inquérito sobre a morte de um padre francês, em 1976.

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Ouça a reportagem

A advogada do padre morto, em entrevista à Agência France Presse, diz que o "novo papa não é uma figura defensora dos direitos humanos". Ela também afirma que o religioso "seria suspeito de ter acobertado crimes cometidos pela ditadura e de ter se calado diante da atrocidade do regime". (Clique no link ao lado para ouvir a reportagem sobre o assunto).

A polêmica sobre a conduta do líder católico diante da ditadura argentina foi levantada assim que ele foi apresentado como novo papa. O jornalista Horacio Verbitsky, em um dos seus livros ( O Silêncio - 2005) sobre a Argentina católica e militar, acusa Bergoglio de não ter impedido a tortura de dois padres jesuítas. Verbitsky é próximo da presidente Cristina Kirchner, que foi duramente criticada pelo então religioso de Buenos Aires, durante seu arcebispado.

"Se ele estivesse se engajado contra a ditadura e se tivesse falado algo, ele não estaria mais vivo. Ele estaria certamente no fundo do oceano, como outros milhares, que foram jogados de aviões", diz o historiador das religiões francês, Odon Vallet, à televisão francesa France 2. O regime militar argentino deixou um saldo de 30 mil "desaparecidos" e 15 mil fuzilados.

O padre brasileiro e historiador, José Osrcar Beoso, da diocese de Lins, no interior de São Paulo, defende o novo papa e contesta a versão de Verbitsky, classificando as acusações de "fantasia".

Entre acusações e defesas, o fato é que nenhum dos dois lados apresentou provas suficientes sobre o passado do novo papa Francisco à época da ditadura argentina.

Reação do Vaticano

Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, o Vaticano criticou duramente as acusações feitas à respeito do passado do então cardeal Bergoglio. O porta-voz Federico Lombadi classificou as acusações de "caluniosas e difamatórias". "Trata-se de uma campanha vinda de elementos da esquerda anticlerical para atacar a Igreja. Essa campanha deve ser rejeitada", concluiu o padre.

 

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