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Geórgia/legislativas

Presidente da Geórgia reconhece derrota de seu partido em legislativas

O presidente da Geórgia, Mikheil Saakachvili, reconheceu nesta terça-feira a derrota de seu partido nas eleições legislativas para a coalizão Sonho Georgiano, liderada pelo bilionário Bidzina Ivanishvili. Ainda que Saakachvili continue no cargo de chefe de Estado neste que é seu segundo mandato, a vitória da oposição coloca fim ao domínio de seu partido, o Movimento Nacional Unificado, no poder desde 2003. Além disso, ele não poderá disputar um terceiro mandato presidencial.

O bilionário Bidzina Ivanishvili, líder da coalizão vencedora Sonho Georgiano, pediu para o presidente apresentar sua demissão o mais breve possível.
O bilionário Bidzina Ivanishvili, líder da coalizão vencedora Sonho Georgiano, pediu para o presidente apresentar sua demissão o mais breve possível. REUTERS/David Mdzinarishvili
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Após a contagem dos votos em 29,1% das seções eleitorais, o Sonho Georgiano conseguiu 53,11% dos votos contra 41,57% para o Movimento Nacional Unificado, informou a comissão eleitoral do país. De acordo com os números oficiais, a participação atingiu o índice de 61%.

“Está claro que o Sonho Georgiano conseguiu a maioria” nas eleições de segunda-feira, declarou Saakachvili em um discurso transmitido pela televisão. “Isso quer dizer que a maioria parlamentar deve formar um novo governo e eu, como presidente, conforme a constituição, irei facilitar o processo de forma que o novo governo comece a trabalhar”, disse.

Ontem, uma porta-voz do rival Movimento Nacional Unificado, havia anunciado a vitória do partido, declarando que ele iria dispor de uma “sólida maioria no novo parlamento”.

O mandato de Saakashvili termina em 2013, mas sem um parlamento aliado e provavelmente com seu rival Ivanishvili como primeiro-ministro, governar o país poderá ser muito mais difícil.

Nesta tarde, o bilionário se pronunciou e pediu para o chefe de Estado apresentar sua demissão o mais breve possível. “A única boa decisão para Saakashvili seria de pedir sua demissão agora”, falou, durante uma coletiva de imprensa em Tbilissi.

Para os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), as legislativas georgianas são um processo essencial para a democracia no país, ao contrário da tensa campanha eleitoral, marcada pelo confronto dos candidatos rivais. “As eleições na Geórgia constituíram um passo importante no reforço da organização de eleições democráticas, ainda que alguns problemas-chave devam ser resolvidos”, indicou a entidade por meio de um comunicado.

Essas eleições podem entrar para a História como a primeira transferência pacífica de poder entre partidos rivais desde a independência da Geórgia que veio com o fim da União Soviética em 1991. No entanto, para o líder da coalizão Sonho Georgiano, Ivanishvili, essas eleições representam “pela primeira vez” uma mudança democrática no país.

 

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