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Primeiro Festival Internacional de Choro de Aix-en-Provence traz músicos do Brasil para ensinar na França

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O choro é um dos mais originais estilos de música instrumental, cuja origem remonta ao século XIX. Nascido no Rio de Janeiro, ele alcançou forte expressão nacional, tornando-se um símbolo da cultura brasileira. E agora ganha o seu primeiro festival Internacional em Aix-en-Provence, que acontece até domingo (19), no Sul da França.

Primeiro Festival Internacional de Choro de Aix en Provence
Primeiro Festival Internacional de Choro de Aix en Provence © Arquivo Pessoal
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A RFI Brasil conversou com Cristiano Nascimento, um dos organizadores do evento e um dos fundadores, juntamente com a cantora Claire Luzi, da Roda, uma companhia que completa 15 anos promovendo o choro na França.

“A Roda nasceu com vocação de criação de música inspirada no choro. A gente compõe, faz experiências com o choro, mas trabalhamos, também, com a pedagogia e a transmissão dessa música em oficinas”, explica o músico. “Para marcar com chave de ouro esses 15 anos, a gente resolveu fazer o primeiro Festival Internacional de Choro, que é um sonho de muitos anos”, acrescenta.

A programação se divide em diversos locais da cidade do sul da França, com rodas de choro, concertos, exibição de filmes, além de conferências e aulas. “Nesta sexta-feira (17), acabam as oficinas e haverá um concerto, à noite, com todos os alunos. E sábado é a grande programação, com apresentação do documentário 'Nas Rodas do Choro', de Milena Sá, apresentado pela Verioca, que faz um concerto antes e depois da exibição, no Cinema de la Manufacture”, diz o organizador.

Os músicos Pedro Aragão (e) e Cristiano Nascimento (d)
Os músicos Pedro Aragão (e) e Cristiano Nascimento (d) © Arquivo Pessoal

Também neste sábado (18), tem apresentação da francesa Karine Huet e do convidado de honra desta primeira edição do evento, o carioca Pedro Aragão, cofundador e coordenador do Instituto Casa de Choro do Rio de Janeiro. “Está sendo uma alegria enorme, o choro representa muito a nossa cultura. O choro é sempre tocado em roda, é uma maneira de agregar as pessoas, é sempre uma confraternização, pois o choro nasce dessa alegria de tocar juntos”, observa o músico, que tem uma carreira internacional de intérprete e compositor, além de ser professor e pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

“É muito bonito ver como essa música que nasce no Brasil, no Rio de Janeiro, se espalha por todo o mundo. Hoje, temos várias rodas de choro aqui na Europa, no Japão, na China, nos Estados Unidos, e é uma honra estar neste festival”, acrescenta Aragão.

Oficina aberta ao público durante o primeiro festival Internacional de Choro de Aix en Provence.
Oficina aberta ao público durante o primeiro festival Internacional de Choro de Aix en Provence. © Arquivo Pessoal

Alegre e difícil de tocar

“O choro é uma música popular muito comunicativa e alegre, mas, ao mesmo tempo, difícil de tocar. Ela demanda dos intérpretes uma técnica muito boa e eu acho que isso fascina muito os europeus”, destaca o instrumentista Pedro Aragão. “Ao mesmo tempo, ela tem uma parte rítmica muito africana, mas tem uma herança europeia das polcas”, explica.

Apesar de ser um dos gêneros musicais mais antigos do Brasil, o choro segue em plena atividade e nas últimas décadas o que se observa é um crescimento do interesse dos jovens por esse gênero. “Quando eu comecei a tocar, no final da década de 1980 e 1990, havia pouca gente que tocava e o choro era associado a música de velho”, diz Aragão. “E de repente, houve um boom no Brasil inteiro, muitos jovens tocando choro, muitos projetos de ensino de choro, cada vez mais o choro está na universidade brasileira e isso se reflete no mundo”, analisa, sobre a força de renovação dessa música.

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