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EUA, Japão e Filipinas fazem cúpula para discutir dinâmica geopolítica em área disputada pela China

Um importante evento geopolítico tem início nesta quinta-feira (11), em Washington: a cúpula trilateral entre Estados Unidos, Japão e Filipinas. O encontro tem o objetivo de redefinir a dinâmica na região do Indo-Pacífico, diante das ambições chinesas em uma área disputada e altamente estratégica, o mar do Sul da China.

Joe e Jill Biden recepcionam Fumio e Yuko Kishida em Washington, 10/4/24.
10/04/2024. AP - Evan Vucci
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Jelena Tomic, da RFI

É a primeira vez que as Filipinas participam de uma cúpula trilateral com os Estados Unidos e o Japão. O arquipélago, que manteve relações complicadas com os americanos durante o governo do presidente Rodrigo Duterte, deu uma guinada de 180 graus com a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr, consolidando alianças militares com Washington.

Manila reabriu quatro bases adicionais para as tropas americanas e participou de vários exercícios marítimos conjuntos para dissuadir as ambições territoriais chinesas, especialmente após uma série de confrontos entre navios filipinos e chineses perto do disputado arquipélago de Spratly.

Ferdinand Marcos Jr espera que a cúpula abra caminho para manobras trilaterais conjuntas nas áreas marítimas reivindicadas por Pequim e Manila. Os primeiros exercícios navais e aéreos já aconteceram no último domingo (7), na zona econômica de controle exclusivo das Filipinas, com a participação da Austrália.

Demonstrações de força

No último fim de semana, a China também fez demonstração de força, lançando patrulhas de "combate no mar". A diplomacia chinesa advertiu que os Estados Unidos, por não fazerem parte do Mar do Sul da China, não têm direito de interferir em disputas territoriais.

Além do apoio inabalável de Washington às Filipinas, também será discutida a liberdade de navegação na área em disputa, um tema já abordado pelo presidente Joe Biden em uma cúpula trilateral anterior no ano passado, com o Japão e a Coreia do Sul.

Do lado japonês, o Mar do Sul da China constitui um espaço vital para seu abastecimento, por isso as expectativas são grandes para a cúpula. Tóquio tornou-se, sob a liderança de Washington, um ator militar importante e um ponto de apoio para diversas alianças e parcerias regionais dos Estados Unidos.

O país já abriga o maior contingente militar americano no mundo. O primeiro-ministro Fumio Kishida comprometeu-se a dobrar seus gastos militares em 5 anos.

Reforço na aliança entre Washington e Tóquio

A cúpula também será a ocasião para anunciar um reforço na coordenação militar EUA-Japão, na forma de um comando conjunto capaz de agir em caso de crise. Espera-se, ainda, o anúncio de medidas para aumentar a coprodução de munições, armamentos e equipamentos militares.

Por fim, a reunião sinalizará a importância do Japão aos olhos dos Estados Unidos. Washington planeja envolver Tóquio no pacto de defesa trilateral AUKUS, entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.

No entanto, uma condição é que o Japão desenvolva melhores defesas cibernéticas e implemente regras mais rigorosas para a proteção de dados sensíveis.

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