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Barco de ajuda humanitária chega a Gaza, enquanto Netanyahu aprova plano de ofensiva a Rafah

O primeiro barco que transporta ajuda humanitária para a Faixa de Gaza através de um corredor marítimo aberto a partir de Chipre começou a descarregar nesta sexta-feira (15) uma carga de 200 toneladas de alimentos na costa do território palestino, disse o porta-voz da ONG responsável pela operação.

Esta foto divulgada pelo Exército israelense em 15 de março de 2024 mostra uma barcaça transportando ajuda humanitária sendo transportada em direção à Faixa de Gaza. Um navio de primeiros socorros que operava num novo corredor marítimo a partir do Chipre começou a descarregar sua carga de alimentos em Gaza na sexta-feira, 15 de março de 2024.
Esta foto divulgada pelo Exército israelense em 15 de março de 2024 mostra uma barcaça transportando ajuda humanitária sendo transportada em direção à Faixa de Gaza. Um navio de primeiros socorros que operava num novo corredor marítimo a partir do Chipre começou a descarregar sua carga de alimentos em Gaza na sexta-feira, 15 de março de 2024. AFP - -
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A World Central Kitchen “descarrega a barcaça que agora está ligada ao cais temporário” construído a sudoeste da cidade de Gaza, depois de ter sido rebocada do Chipre pelo navio de mesmo nome da ONG espanhola Open Arms, disse Linda Roth.

Num comunicado, o Exército israelense disse que tropas “foram enviadas para proteger a área”.

“O barco foi submetido a um controle de segurança completo”, acrescentou o Exército, que insistiu que a entrada de ajuda humanitária “não quebra” o bloqueio ao que a Faixa de Gaza está sujeita desde 2007.

O Open Arms deixou o porto cipriota de Larnaca na terça-feira (12) com destino a Gaza através de um corredor marítimo humanitário aberto a partir do Chipre. A carga de 200 toneladas de alimentos (arroz, farinha, enlatados), fornecida pela World Central Kitchen, ONG dirigida pelo chef hispano-americano José Andrés, representa cerca de 300 mil refeições.

A organização, da qual os Emirados Árabes Unidos são parceiros, está carregando atualmente cerca de 300 toneladas de alimentos em outro barco em Larnaca, cuja data de partida não foi comunicada.

Diante da insuficiência da ajuda que chega por caminhão, vários países começaram a organizar lançamentos aéreos ou o corredor marítimo a partir do Chipre, mas todos sublinham que estas rotas de abastecimento não podem substituir as terrestres face à fome que ameaça a população do território palestino, devastado por mais de cinco meses de guerra entre o Hamas e Israel.

Ataque a Rafah

A situação humanitária no enclave pode ainda se agravar, já que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou os “planos de ação” do Exército para uma ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, segundo um comunicado enviado sexta-feira à imprensa.

“O exército israelense está pronto para a parte operacional e para a evacuação da população”, afirma o comunicado de imprensa que não dá mais detalhes sobre esta operação há muito anunciada, contra a qual os Estados Unidos e a ONU continuam a se opor.

Benjamin Netanyahu promete há semanas continuar a guerra até a eliminação do Hamas e tem anunciado repetidamente uma próxima ofensiva contra Rafah, localizada na fronteira fechada com o Egito, e onde, segundo a ONU, estão concentrados cerca de um milhão e meio de palestinos. Washington, por sua vez, reitera sua oposição a qualquer ofensiva em Rafah que ponha em perigo civis.

"Continuarei a rejeitar a pressão. Entraremos em Rafah. Completaremos a eliminação dos batalhões do Hamas", repetiu na quinta-feira numa mensagem na rede social X.

O primeiro-ministro israelense pediu no mês passado ao Exército que apresentasse um plano para a evacuação de civis, cujos detalhes não foram divulgados.

Plano militar

De visita a Viena, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou nesta sexta-feira “não ter visto ainda um plano” fornecido pelos israelenses, ao mesmo tempo que lembrou que os Estados Unidos exigiram um “plano claro que possa ser implementado”.

“Uma ofensiva em grande escala em Rafah não pode ser justificada”, respondeu a diplomacia alemã. "Mais de um milhão de pessoas se refugiaram lá e não têm para onde ir. É necessário um cessar-fogo agora", declarou o Ministério das Relações Exteriores no X, dois dias antes de uma visita do chanceler Olaf Scholz a Israel.

Em Ramallah, a presidência da Autoridade Palestina manifestou “a sua profunda preocupação com a iminência de uma ofensiva militar israelense em Rafah, que poderá levar a um novo massacre e a novos deslocamentos populacionais”, segundo a agência oficial palestina Wafa.

“A Presidência solicitou uma intervenção rápida da administração americana e da comunidade internacional para evitar esta ofensiva militar”, acrescenta a Wafa.

O anúncio da aprovação dos planos do Exército para Rafah ocorre no momento em que se espera que as negociações sobre reféns em Gaza sejam retomadas, com o anúncio, nesta sexta-feira, de que uma delegação israelense será enviada a Doha, no Catar.

(Com AFP)

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