Acessar o conteúdo principal

Mundo reage à morte de Navalny; para países pós-soviéticos, Putin é ‘culpado’

Lideranças de todo o planeta reagiram nesta sexta-feira (16) ao anúncio da morte do opositor russo Alexei Navalny, conhecido como o inimigo número 1 do Kremlin. Para a Ucrânia e repúblicas pós-soviéticas como a Letônia, por exemplo, trata-se de um “assassinato brutal”.

Um homem se ajoelha no monumento às vítimas de repressões políticas, onde as pessoas depositam flores após a morte do líder da oposição russa Alexei Navalny, em São Petersburgo, Rússia, em 16 de fevereiro de 2024. REUTERS/Stringer
Um homem se ajoelha no monumento às vítimas de repressões políticas, onde as pessoas depositam flores após a morte do líder da oposição russa Alexei Navalny, em São Petersburgo, Rússia, em 16 de fevereiro de 2024. REUTERS/Stringer REUTERS - STRINGER
Publicidade

 

O chefe da diplomacia britânica, David Cameron, advertiu nesta sexta-feira (16) que o presidente russo, Vladimir Putin, deve ser "responsabilizado" pela morte na prisão de Alexei Navalny, prestando homenagem à "coragem" do político da oposição russa.

"Navalny lutou corajosamente contra a corrupção. A Rússia de Putin fabricou acusações contra ele, envenenou-o, enviou-o para uma colônia penal no Ártico e agora ele morreu tragicamente. Putin deve ser responsabilizado pelo que aconteceu, ninguém deve duvidar da natureza terrível de seu regime", disse Cameron no X (ex-Twitter).

"Brutalidade"

Para a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, a morte na prisão do opositor russo Alexei Navalny foi "mais um sinal da brutalidade" do presidente Vladimir Putin. "Não importa a história que eles contem, vamos deixar claro: a Rússia é responsável", disse ela em um discurso na Conferência de Segurança de Munique, no sul da Alemanha.

William Bourdon, o advogado francês do oponente número 1 do Kremlin, Alexei Navalny, prestou homenagem a "um homem justo" com "coragem extraordinária" que tinha uma "lucidez aguda e trágica" sobre "os riscos consideráveis que estava correndo ao entrar na Rússia".

"Homem excepcional"

Em uma declaração enviada à agência AFP, Bourdon saudou "um homem excepcional", que conheceu "em Berlim, em outubro de 2020, com Agnès Callamard", então relatora especial das Nações Unidas sobre execuções extrajudiciais, "quando ele tinha acabado de sair do hospital onde havia sido tratado pelo envenenamento que quase o matou".

Navalny, que morreu na prisão nesta sexta-feira, participou de duas audiências judiciais por vídeo no dia anterior e não expressou nenhuma reclamação sobre sua saúde, segundo a agência de notícias estatal Ria Novosti. "Ontem, tivemos duas audiências. Ele não se queixou de seu bem-estar e se expressou ativamente", disse o tribunal da cidade de Kovrov à agência Ria Novosti.

A União Europeia (UE) considera o "regime russo" "o único responsável pela trágica morte" do opositor Alexei Navalny, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. "Alexei Navalny lutou pelos valores da liberdade e da democracia. Por seus ideais, ele fez o sacrifício supremo", escreveu ele no X.

A Rússia "deve responder a perguntas sérias" sobre a morte do oponente político, declarou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, à margem da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.

A Noruega aponta para a "grande responsabilidade" de Moscou. "O governo russo tem uma grande responsabilidade", acusou Espen Barth Eide, ministro das Relações Exteriores da Noruega, no X, dizendo que estava "profundamente triste" com a notícia.

Para a Polônia, Putin é "responsável"

"Esse homem foi culpado de desafiar Vladimir Putin (...) Ele foi colocado na prisão, onde foi mantido em condições terríveis. Vladimir Putin é responsável por tudo isso", disse o chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, à agência de notícias polonesa PAP.

Alexeï Navalny, figura da oposição russa, "acaba de ser brutalmente assassinado pelo Kremlin, isso é um fato e é algo que precisamos saber sobre a verdadeira natureza do atual regime na Rússia", declarou o presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, na rede social X.   

"É óbvio para mim que (Alexei Navalny) foi morto como milhares de outros que foram torturados até a morte por causa de uma pessoa, Putin, que não se importa com quem morre desde que mantenha sua posição", disse o chefe de Estado ucraniano Volodomyr Zelensky em uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler Olaf Scholz em Berlim, acrescentando que Putin "terá que responder por seus crimes".

O oponente "pagou por sua coragem com a própria vida", lamentou o chanceler alemão Olaf Scholz, que se disse "muito triste".   

A Rússia é responsável" pela situação que levou à morte de Alexei Navalny, o que destaca a "fraqueza e a corrupção" do sistema de Vladimir Putin, reagiu o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken. 

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, lamentou na sexta-feira a "imensa tragédia" que a morte de Alexei Navalny representa para o povo russo, prestando homenagem à "coragem" do "mais feroz defensor da democracia" da Rússia.   

O opositor russo "pagou com a vida por sua resistência a um sistema de opressão", reagiu o ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, no X, observando que "sua morte em uma colônia penal nos lembra da realidade do regime de Vladimir Putin".

O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares, declarou na rede X que Madri "(exigiu) que as circunstâncias" de sua morte fossem esclarecidas. E o primeiro-ministro Pedro Sánchez disse estar "chocado" com a morte do opositor "injustamente preso pelo regime de Putin por sua defesa dos direitos humanos e da democracia".

 

(Com AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.