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China pede fim de ataques houthis no Mar Vermelho, após rebeldes visarem navio americano

A China pediu nesta sexta-feira (19) o fim do "assédio" a navios civis no Mar Vermelho, após os ataques dos rebeldes houthis a um navio mercante americano e que têm como alvo dezenas de embarcações que eles acreditam estar "ligadas a Israel". 

Míssil  lançado a partir de um navio de guerra durante a operação dirigida pelos Estados Unidos contra os alvos militaires houthis no Iêmen, em 12 de janeiro.
Míssil lançado a partir de um navio de guerra durante a operação dirigida pelos Estados Unidos contra os alvos militaires houthis no Iêmen, em 12 de janeiro. © Reuters/US Central command
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As águas do Mar Vermelho são uma importante rota comercial internacional de bens e energia", disse Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, na sexta-feira. Após o início dos ataques, muitos armadores suspenderam a passagem das suas frotas pela área, que é essencial para o comércio mundial.

"Pedimos o fim do assédio a navios civis, a manutenção de cadeias de abastecimento globais fluidas e da ordem comercial internacional", disse Ning durante uma coletiva de imprensa.

Em entrevista ao diário russo Izvestia, publicada na sexta-feira, Mohammed al-Bukhait, membro da liderança política dos houthis, garantiu que os navios da China e da Rússia não foram ameaçados. "Estamos  prontos para garantir a passagem segura dos seus navios no Mar Vermelho", sublinhou.

O Ministério do Comércio da China já havia pedido na quinta-feira para "restaurar e garantir a segurança das vias navegáveis do Mar Vermelho". "Espera-se que as partes relevantes ajam no interesse geral da segurança e estabilidade regionais, bem como no interesse comum da comunidade internacional", disse o porta-voz do ministério, He Yadong, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

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Para evitar o mar Vermelho, os navios são obrigados a contornar a África
Para evitar o mar Vermelho, os navios são obrigados a contornar a África © France 24

Rebeldes reivindicam ataque a navio americano

Os rebeldes houthis reivindicaram na madrugada desta sexta-feira os ataques contra um navio mercante norte-americano que viajava no Golfo de Áden, e não causaram danos, segundo Washington.  

O comando militar dos EUA no Oriente Médio (Centcom) confirmou que houthis dispararam "dois mísseis" na direção do navio Chem Ranger, sem atingi-lo, como afirmam os rebeldes. A tripulação "viu os mísseis atingirem a água perto do navio" e "não houve relatos de ferimentos ou danos", acrescentou o Centcom.

De acordo com o site especializado Marine Traffic, o Chem Ranger é um petroleiro americano com bandeira das Ilhas Marshall que está na costa do Iêmen há alguns dias.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu nesta quinta-feira (18) que os ataques contra os rebeldes huthis no Iêmen vão continuar até que o grupo apoiado pelo Irã cesse sua ofensiva contra os navios no Mar Vermelho. A Casa Branca anunciou que os Estados Unidos atacaram nesta quinta-feira mísseis do grupo rebelde, como já haviam feito na noite de quarta-feira.

A Agência Britânica de Segurança Marítima (UKMTO) relatou um incidente a 115 milhas náuticas a sudeste da cidade de Áden, com uma explosão a 30 metros do navio, e disse que detectou um drone nas proximidades.

"Uma resposta aos ataques dos EUA e do Reino Unido é inevitável. Qualquer nova agressão será punida", disseram os houthis, alegando que só visam navios que se dirigem a Israel "enquanto não houver cessar-fogo e o cerco a Gaza for levantado".

Em resposta a esses ataques, os Estados Unidos criaram uma coalizão para patrulhar a costa do Iêmen e proteger o tráfego marítimo. Nem todos os países da coalizão estão participando dos ataques, mas a Dinamarca, berço da empresa de navegação número 2 do mundo, Maersk, anunciou na quinta-feira que iria aderir. A França decidiu não participar "para evitar qualquer escalada" na região, segundo o presidente francês, Emmanuel Macron.

Com informações da AFP

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