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Embaixadora dos EUA critica apoio do Irã aos houthis após ONU pedir fim de ataques no Mar Vermelho

O Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução nesta quarta-feira (10) que "condena os ataques contra navios mercantes e comerciais desde 19 de novembro de 2023" no Mar Vermelho e "o fornecimento de armas" aos houthis, os rebeldes iemenitas. 

Para evitar o Mar Vermelho, devido às ameaças dos houthis, os navios mercantes são forçados a navegar ao redor da África.
Para evitar o Mar Vermelho, devido às ameaças dos houthis, os navios mercantes são forçados a navegar ao redor da África. © France 24
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O Conselho também exigiu uma interrupção "imediata" dos ataques dos houthis, "que estão prejudicando o comércio internacional e minando os direitos e as liberdades de navegação, bem como a paz e a segurança na região".

A resolução preparada pelos Estados Unidos e pelo Japão, adotada por onze votos a favor e quatro abstenções (Rússia, China, Argélia, Moçambique), "condena" os cerca de 26 ataques contra navios mercantes e comerciais que acontecem desde 19 de novembro de 2023, data em que os houthis tomaram o Galaxy Leader, fazendo reféns seus 25 tripulantes.

O Conselho insistiu no respeito ao direito internacional e "toma nota" do direito dos Estados-membros de defender os navios.

Os países ocidentais têm tido pouca margem de manobra diante dos repetidos ataques dos houthis no Mar Vermelho, de acordo com especialistas que acreditam que uma operação militar contra os rebeldes iemenitas seria "contraproducente".

Contexto conflito Israel-Hamas

Desde o início da guerra em 7 de outubro entre Israel e o Hamas, os houthis, que controlam grande parte do Iêmen, intensificaram seus ataques no Mar Vermelho para impedir o tráfego marítimo internacional, alegando estar agindo em solidariedade aos palestinos em Gaza.

O principal aliado de Israel, os EUA, criou uma coalizão internacional em dezembro para proteger o tráfego marítimo dos ataques dos rebeldes iemenitas nessa área estratégica, por onde passam 12% do comércio mundial.

A coalizão foi denunciada pela Rússia. "Não podemos deixar de nos preocupar com a atual situação no Mar Vermelho (...) mas nos preocupa o fato de os EUA e seus aliados preferirem, como fazem com frequência, optar por uma solução unilateral pela força", denunciou o embaixador russo, Vassili Nebenzia.

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Atacar as causas fundamentais

Observando as violações "em grande escala" do embargo de armas contra os houthis, a resolução também reitera a necessidade de todos os Estados-membros "respeitarem suas obrigações" a esse respeito e "condena o fornecimento de armas" aos houthis, que têm laços estreitos com o Irã.

De acordo com o último relatório dos especialistas encarregados pelo Conselho de monitorar o embargo de armas, datado de novembro, os houthis "estão fortalecendo consideravelmente suas capacidades militares terrestres e navais, incluindo submarinos, bem como seu arsenal de mísseis e drones, em violação ao embargo".

Por fim, o projeto de resolução pede que sejam "abordadas as causas fundamentais" da situação, "incluindo os conflitos que contribuem para as tensões regionais".

A Rússia - que propôs três emendas ao projeto, que foram rejeitadas - queria acrescentar "o conflito na Faixa de Gaza" à lista de fatores que contribuem para as tensões.

Fazer essa ligação com Gaza "teria incentivado os houthis e estabelecido um precedente perigoso para o Conselho ao legitimar essas violações da lei internacional", comentou a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, ao atacar o apoio "financeiro e material" do Irã aos houthis.

A embaixadora adicionou que "a origem do problema" não poderia ser ignorada ao acusar que o Irã estaria envolvido no planejamento de operações contra embarcações comerciais no Mar Vermelho. E pediu a Teerã que fizesse uma "escolha".

"Ainda estamos muito preocupados com a situação no Mar Vermelho, não apenas com a situação em si, mas os riscos para o comércio mundial, o meio ambiente e as pessoas, mas também os riscos de escalada de um conflito mais amplo no Oriente Médio", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-feral da ONU.

Reflexos no petróleo

Os preços do petróleo registraram uma alta nesta quinta-feira (11), impulsionados pelo risco nos mercados e pelas tensões no Mar Vermelho, que estão causando preocupação quanto ao fornecimento.

O preço do barril de petróleo bruto Brent do Mar do Norte, para entrega em março, subiu 1,60%, sendo negociado a US$ 78,03. Seu equivalente nos EUA, o barril do West Texas Intermediate (WTI), para entrega em fevereiro, subiu 1,57%, para US$ 72,49.

(Com informações da AFP)

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