Terremoto de magnitude 6,2 deixa dezenas de mortos na China; equipes de resgate buscam sobreviventes

Cerca de 1.400 bombeiros estão mobilizados nesta terça-feira (19) na busca por sobreviventes de um terremoto de magnitude 6,2 na província chinesa de Gansu, no noroeste da China. O tremor deixou pelo menos 118 mortos na região nesta segunda-feira (18).

Foto fornecida pela agência de notícias Xinhua mostra equipes de resgate nos escombros de um prédio na vila de Caotan, na província de Qinghai, em 19 de dezembro de 2023. AP - Zhang Hongxiang

Pelo menos 105 pessoas morreram e cerca de 400 ficaram feridas na província de Gansu. O tremor também deixou 13 mortos, 182 feridos e vinte desaparecidos na cidade de Haidong, na província vizinha de Qinghai. Segundo as autoridades chinesas, esse é o pior tremor de terra dos últimos dez anos no país.

O terremoto derrubou prédios e danificou as estruturas de cerca de 5 mil residências. Pelo menos 400 pessoas ficaram feridas. Várias localidades estão sem eletricidade e água.

Imagens de uma das áreas mais atingidas, transmitidas pela televisão pública CCTV, mostraram moradores se aquecendo perto de uma fogueira enquanto os serviços de emergência montavam tendas.

O presidente chinês, Xi Jinping, fez um apelo para que todos os esforços se concentrem nas operações de busca e resgate. Os termômetros registram temperaturas abaixo de zero na região e o frio está dificultando o resgate.

"Quase morri de medo. Vejam como minhas mãos e pernas estão tremendo", disse uma mulher em vídeo postado nas redes sociais. “Enquanto eu corria para fora de casa, uma parte da montanha desabou e caiu sobre o telhado”, acrescentou.

A agência de notícias New China disse que o tremor foi sentido até à cidade de Xi'an, localizada a cerca de 570 quilômetros do epicentro. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) mediu uma magnitude de 5,9.

O terremoto foi seguido por dezenas de outros tremores. Segundo o USGS, outro tremor, de magnitude 5,2 foi detectado na manhã de segunda-feira, na província de Xinjiang, que faz fronteira com Gansu. 

As autoridades alertam que novos terremotos de magnitude superior a 5 podem ocorrer nos próximos dias.

Equipes de resgate vasculham os escombros de uma casa destruída pelo terremoto em Kangdiao, província de Gansu, em 19 de dezembro de 2023. AP

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu que “todos os esforços possíveis” sejam feitos nas operações de busca e salvamento para garantir a segurança dos sobreviventes e das suas propriedades. 

O presidente russo, Vladimir Putin, um aliado de Pequim, apresentou suas condolências ao presidente chinês, dizendo que a Rússia partilhava “a dor daqueles que perderam os seus entes queridos no desastre”.

O governo chinês atribuiu 200 milhões de yuans (€ 26 milhões) em ajuda de emergência para “garantir a segurança de pessoas e bens, e minimizar o impacto das perdas devidas à catástrofe”.

Pior balanço desde 2014

Este é o maior número de mortos após um terremoto na China desde 2014, quando mais de 600 pessoas morreram na província de Yunnan (sudoeste).

A China é atingida regularmente por terremotos, muitos deles mortais: em 2008, um enorme tremor na província de Sichuan deixou mais de 87 mil mortos ou desaparecidos, incluindo 5.335 crianças.

Em agosto passado, um terremoto de magnitude 5,4 no leste da China feriu 23 pessoas e destruiu dezenas de edifícios. Em setembro de 2022, um tremor de magnitude 6,6 na província de Sichuan causou a morte de quase 100 pessoas.

(Com informações da AFP)