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Fome duplica entre os habitantes do Sudão, país tem pior crise de deslocamento interno do mundo

O número de famílias que passam fome quase duplicou no Sudão, depois de seis meses de uma guerra entre generais que mergulhou o país no caos, afirmaram nesta quarta-feira (18) a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância. Além disso, os conflitos no Sudão são responsáveis pela maior crise de deslocamento interno do mundo, diz a Organização Internacional para as Imigrações (OIM).

No Sudão, pessoas são tratadas no hospital Bashair, em Cartum, após um ataque no mercado de Goro, em 10 de setembro de 2023.
No Sudão, pessoas são tratadas no hospital Bashair, em Cartum, após um ataque no mercado de Goro, em 10 de setembro de 2023. AFP - -
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O conflito no Sudão matou mais de 9.000 pessoas, um número de vítimas provavelmente subestimado, e deixou milhões de deslocados e refugiados. Ao mesmo tempo, a guerra agravou a crise sanitária no país, onde mais da metade dos habitantes necessita de ajuda humanitária para sobreviver.

Segundo a OMS e o UNICEF, “o número de famílias que passam fome quase duplicou”. Atualmente, “700 mil crianças sofrem de desnutrição aguda grave e 100 mil crianças necessitam de tratamento para salvar suas vidas, devido à desnutrição aguda acompanhada de complicações médicas”, alertaram as duas agências da ONU, em um comunicado de imprensa.

Citando uma projeção da Universidade americana Johns Hopkins, o comunicado afirma que “pelo menos 10 mil crianças com menos de 5 anos podem morrer até ao final de 2023 devido ao aumento da insegurança alimentar e às interrupções nos serviços essenciais”.

A guerra eclodiu em 15 de abril entre o exército liderado pelo General Abdel Fattah al-Burhane e as Forças de Apoio Rápido (FSR) do General Mohamed Hamdane Daglo.

Maior crise de deslocados

Com mais de 7,1 milhões de pessoas deslocadas internamente – incluindo 4,5 milhões desde o início do conflito – o Sudão tem agora o maior número de pessoas deslocadas no mundo, afirma o comunicado.

Milhões de crianças estão expostas a diversas doenças, como cólera, dengue, sarampo e malária, enquanto o sistema de saúde é significativamente pressionado por ataques e combates, alertam a OMS e o Unicef.

As instalações de saúde são ocupadas, saqueadas ou destruídas. Cerca de 70% dos hospitais nas regiões afetadas pelos conflitos não estão em condições de funcionar.

O cólera, por exemplo, uma doença altamente contagiosa, já matou 65 pessoas, muitas delas crianças, e causará mais mortes se não for rapidamente controlada, indicam as duas organizações.

Elas apelam à preservação e restauração dos sistemas de saúde e nutrição para evitar um “número elevado e inaceitável de mortes” entre crianças e populações vulneráveis.

 

(Com informações

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