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Retomada do setor aéreo em 2022 resultou em perdas e estragos de 26 milhões de malas no mundo

Atrasos, estragos, perdas: a recuperação do setor aéreo depois da pandemia de Covid-19 gerou um aumento da quantidade de problemas com malas em aeroportos em 2022. É o que mostra um estudo divulgado nesta terça-feira (16) pela Sita, empresa que compila e analisa dados sobre o gerenciamento de bagagens.

Dezenas de malas acumuladas na área de bagagens perdidas do Midway International Airport, em Chicago, nos Estados Unidos, em 28 de dezembro de 2022.
Dezenas de malas acumuladas na área de bagagens perdidas do Midway International Airport, em Chicago, nos Estados Unidos, em 28 de dezembro de 2022. AP - Erin Hooley
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Em média, no ano passado, a cada mil passageiros, 7,6 malas foram alvo de incidentes - o que diz respeito a mais de 26 milhões de bagagens, contra 9,9 milhões em 2021. Segundo a Sita, o crescimento é superior ao aumento do número de passageiros. Para chegar a essas conclusões, a companhia analisou dados de cerca de 500 empresas aéreas que trabalham em 2.800 aeroportos em todo o mundo. 

No ano passado, 3,4 bilhões de viagens aéreas foram realizadas, contra 2,3 bilhões em 2021. A título de comparação, em 2019, antes da pandemia de Covid-19, um recorde de 4,5 bilhões de viagens aéreas foram realizadas. Na época, a taxa de incidentes com bagagens a cada mil passageiros era de 5,6, dois pontos a menos do que em 2022. 

De acordo com a Sita, essa deterioração se deu após anos de melhora regular, diante da evolução tecnológica. Em 2007, a taxa de incidentes com malas era de 19 por mil passageiros.

Rápida retomada após a pandemia

Segundo Nicole Hogg, diretora do escritório de gestão de bagagens da Sita, o aumento de incidentes com malas ocorre porque "o setor teve uma retomada mais rápida do que o previsto depois da pandemia". Além disso, ela aponta para a falta de profissionais, a contratação de empregados inexperientes e aeroportos saturados de passageiros. 

Os maiores aeroportos da Europa, como o Amsterdam-Schiphol, na Holanda, o de Frankfurt, na Alemanha, e o Paris-Charles de Gaulle, na França, registraram problemas de gerenciamento de bagagens em 2022. Em Paris, cerca de 35 mil malas foram perdidas depois de uma greve dos profissionais do setor no ano passado. 

"Estamos fazendo de tudo para que esse incidente preocupante do ano passado não se reproduza, claro", disse Augustin de Romanet, diretor-geral do grupo ADP, que gerencia o aeroporto Paris-Charles de Gaulle, nesta terça-feira à emissora Franceinfo

Os dados da Sita mostram que o gerenciamento das bagagens em aeroportos na Europa piorou no ano passado, com a taxa de incidentes triplicando e chegando a 15,7 por mil passageiros. Na América do Norte, esse índice foi de 6,35, e na Ásia de 3. 

Viagens internacionais

É durante as viagens internacionais que os incidentes com bagagens mais ocorrem: 19,3 por mil passageiros contra apenas 2,4 em voos domésticos. 

O procedimento aos passageiros que tiveram a mala perdida é o mesmo: o registro do problema após o desembarque e o pedido de reembolso à companhia aérea. Caso a bagagem não tenha sido encontrada em 21 dias, o viajante pode ser ressarcido em até € 1,6 mil, cerca de R$ 8.500. 

Para muitas empresas, esses incidentes podem resultar em prejuízos. Mas muito pior do que os gastos é "a perda de reputação", avalia Hogg. Segundo ela, mesmo após uma ótima experiência a bordo, uma mala perdida pode levar o cliente a optar durante um longo período pela concorrência. 

(Com informações da AFP

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