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AIEA estima ser possível a retomada de negociações sobre acordo nuclear com Irã

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, garantiu neste sábado (4) que manteve "conversas construtivas" com autoridades iranianas em Teerã, que podem abrir caminho para a retomada das negociações para a reativação do acordo nuclear de 2015.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, à esquerda, conversa com o diretor-geral da  Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Rafael Mariano Grossi, à direita, durante uma rodada de negociações em Teerã, sábado, 4 de março de 2023.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, à esquerda, conversa com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Rafael Mariano Grossi, à direita, durante uma rodada de negociações em Teerã, sábado, 4 de março de 2023. AP
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"Com as conversas construtivas que estamos tendo agora, estou convencido de que abriremos o caminho para acordos importantes", disse Grossi durante entrevista coletiva ao lado de Mohamad Eslami, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã. “As conversas continuam em um clima de trabalho, franqueza e cooperação", afirmou Grossi, acrescentando que terá um "melhor julgamento" ao final dos dois dias de visita ao país.

Grossi não especificou os avanços, mas o objetivo declarado desta visita é "relançar o diálogo" com vistas a uma retomada das negociações sobre o acordo, alcançado em 2015, em Viena, entre o Irã e as grandes potências (Estados Unidos, França, Alemanha , Reino Unido, Rússia e China), para limitar as atividades nucleares iranianas em troca do levantamento das sanções internacionais.

Após a reunião, Eslami garantiu que as autoridades de Teerã "continuariam trabalhando" com a AIEA, ao mesmo tempo em que convocou as outras partes a "cumprirem suas obrigações" nos termos do acordo.

Grossi se reuniu, também, com o chefe da diplomacia iraniana, Hosein Amir Abdollahian, que afirmou recentemente que "a janela" para retomar o acordo estava "aberta", mas que "não permaneceria assim para sempre".

Uma fonte diplomática disse à AFP que Grossi esperava se encontrar com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, mas a reunião não havia sido confirmada.

Preocupação ocidental aumenta

Dependendo do resultado dessa visita, Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido decidirão se apresentam ou não uma resolução de censura ao Irã no conselho da AIEA, que deve se reunir em Viena, na próxima semana.

As preocupações aumentaram recentemente. Um relatório confidencial da Agência de Energia Atômica ao qual a AFP teve acesso na terça-feira (28), partículas de urânio enriquecido a 83,7%, pouco menos do que os 90% necessários para fazer uma bomba atômica, foram encontradas na usina subterrânea de Fordo, cerca de 100 quilômetros ao sul de Teerã.

O Irã nega querer fabricar a bomba nuclear e se justificou dizendo que houve "flutuações involuntárias" no processo de enriquecimento. A República Islâmica afirmou que não tentou enriquecer urânio além de 60% e insiste em que seu programa nuclear é estritamente civil.

A França, signatária do acordo de 2015, descreveu a descoberta de urânio altamente enriquecido como "extremamente grave".

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