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Duplo atentado na Somália mata dezenas de pessoas; Al-Shabab reivindica autoria

Sobe para 35 o número de pessoas que morreram em dois atentados simultâneos com carros-bomba no centro da Somália, nesta quarta-feira (4). Os ataques foram reivindicados por radicais islâmicos do grupo Al-Shabab.

Foto de arquivo mostra insurgentes do Al-Shabab sendo treinados na Somália.
Foto de arquivo mostra insurgentes do Al-Shabab sendo treinados na Somália. AP - Farah Abdi Warsameh
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"Os terroristas (Shabab) explodiram dois carros perto de uma base militar em Mahas", cidade a cerca de 300 quilômetros da capital, Mogadíscio, relatou Mohamed Moalim Adan, líder de uma milícia comunitária aliada ao governo local. 

"Vi os corpos de civis, incluindo mulheres e crianças. Foi um ataque horrível", comentou Adan Hassan, uma testemunha do ataque.

Entre as vítimas, há oito membros de uma mesma família. As explosões destruíram várias casas em Mahas, no centro do país. "A maioria dos mortos é de civis. Mulheres e crianças", disse o subchefe de polícia do estado de Hirshabelle, Hassan-Kafi Mohamed Ibrahim.

"Apenas uma criança sobreviveu em uma família de nove pessoas. As outras famílias perderam metade de seus membros. Os dois carros suicidas reduziram muitas casas a cinzas," completou o relato.

O Comissário do Distrito de Mahas, Mumin Mohamed Halane, disse à rádio pública local que uma das explosões tinha como alvo a sua casa e que a segundo visava a casa de um parlamentar.

De acordo com Mohamud Suleyman, outro líder dessa comunidade, cerca de cinquenta pessoas também ficaram feridas em consequência das explosões.

O serviço de imprensa do grupo Al-Shabaab reivindicou a responsabilidade por este ataque em um comunicado de imprensa, especificando ter como alvo as "milícias e soldados heréticos". O grupo estimou o número de mortes em 87. O Al-Shabab afirmou ter atacado "bases militares".

Ligação com a Al Qaeda

A milícia jihadista, afiliada à Al Qaeda, tenta há mais de quinze anos derrubar o governo da Somália, com o objetivo de impor uma interpretação estrita da Sharia, a lei do Corão.

Expulsos das principais cidades do país entre 2011 e 2012, os insurgentes permanecem firmemente estabelecidos em áreas rurais extensas. Os jihadistas foram banidos há alguns meses da região de Hiraan, onde ocorreu o ataque duplo nesta quarta-feira. O grupo realiza regularmente ataques em todo o país e em Mogadíscio, a capital.

Uma ofensiva foi lançada em agosto passado pelo presidente Hassan Cheikh Mohamoud, que mobilizou forças do governo apoiado por milícias de clãs locais. Porém, os insurgentes do Al-Shabab continuam a orquestrar ataques mortais.

Outros atentados

Em 29 de outubro, dois carros-bomba explodiram com poucos minutos de intervalo em Mogadíscio, deixando 121 mortos e 333 feridos, no ataque mais mortífero no país, em cinco anos.

Um ataque triplo em Beledweyne (centro), capital da província de Hiran, também matou 30 pessoas, incluindo autoridades locais, no início de outubro.

E, em agosto, pelo menos 21 hóspedes de um hotel de Mogadíscio morreram em um ataque que durou 30 horas. Ao todo, 106 reféns foram libertados.

O presidente da Somália anunciou que novos contingentes de soldados, treinados na Eritreia, serão mobilizados em breve para operações contra o Al-Shabab.

(Com informações da AFP)

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