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Presidente chinês participa de cúpulas na Arábia Saudita e busca ampliar influência no Golfo

O presidente chinês Xi Jinping participa nesta sexta-feira (9) em Riad a diversas cúpulas com dirigentes árabes, considerados por Pequim como "encontros centrais", no terceiro dia de uma visita na Arábia Saudita para discutir temas econômicos e geopolíticos estratégicos. 

Em foto divulgada pelo Palácio Real saudita, o príncipe Mohammed bin Salman (direita) dá as boas-vindas ao presidente chinês Xi Jinping durante cerimônia na capital Riad, em 8 de dezembro de 2022.
Em foto divulgada pelo Palácio Real saudita, o príncipe Mohammed bin Salman (direita) dá as boas-vindas ao presidente chinês Xi Jinping durante cerimônia na capital Riad, em 8 de dezembro de 2022. AFP - BANDAR AL-JALOUD
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Xi Jinping foi acolhido pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed ben Salmane, em sua chegada no centro de conferência onde foi realizada a primeira cúpula com os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), de acordo com imagens divulgadas por veículos de comunicação estatais. 

Em seguida, o líder chinês participou de um segundo encontro incluíndo outros dirigentes do Oriente Médio, entre eles o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi, o presidente da Tunísia Kais Saied e altos representantes do Líbano e do Iraque.  

"A China está impaciente para trabalhar com a Arábia Saudita e os países árabes para transformar as duas cúpulas em eventos centrais na história das relações sino-árabes e de relações China-CCG", declarou Xi Jinping na quinta-feira, de acordo com declarações divulgadas pelo canal de tevê pública chinês CCTV. 

O dirigente chinês, chegou à capital da Arábia Saudita na quarta-feira (7) e se encontrou com o rei Salmane e seu filho, com os quais assinou, na quinta-feira, cerca de 40 acordos em diferentes áreas cujos detalhes não foram divulgados. 

De acordo com um comunicado conjunto publicado nesta sexta-feira, as duas partes destacaram "a importância da estabilidade" do mercado petrolífero, tema que alimenta tensões entre o primeiro exportador de petróleo do mundo e os Estados Unidos, aliado histórico de Riad. 

Os dirigentes chinês e sauditas também sublinharam a necessidade de se concentrar nas "emissões (de gases do efeito estufa) mais que em suas fontes" na luta contra as mudanças climáticas, uma ideia defendida por Riad. 

Países do Golfo se aproximam da China

Esta é a primeira vista do dirigente da segunda economia mundial ao reino desde 2016 e sua terceira viagem a outro país desde o começo da pandemia de Covid-19 em 2020. 

A visita acontece alguns meses depois da do presidente americano Joe Biden, que não conseguiu convencer Riad em julho a aumentar sua produção de petróleo para acalmar o mercado. 

Os países do Golfo, parceiros chave de Washington, reforçaram nestes últimos anos seus laços com a China dentro dos esforços visando a reduzir a dependência de suas economias de combustíveis fósseis. 

O gigante asiático busca relançar e ampliar sua esfera de influência através da iniciativa chamada "novas rotas da seda", vasto projeto internacional de investimentos desejado pelo presidente chinês. 

Bloco regional

A cúpula com os países do Golfo poderia ser a ocasião para a China de relançar as negociações sobre o acordo de livre comércio com o bloco regional, em gestação a quase 20 anos, segundo analistas. 

Mas "os países do CCG estariam investindo mais em ampliar as ligações bilaterais, e estão comprometidos, em diferentes graus, em uma concorrência econômica regional com os Estados-membros vizinhos", analisa Robert Mogielnicki o Arab Gulf States Institute de Washington. 

Um reforço dos laços econômicos com a China poderia, no entanto, ajudar a Arábia Saudita a diversificar sua economia dentro do programa de reformas iniciadas por seu príncipe herdeiro. 

Segundo a mídia estatal saudita, a visita deve resultar na assinatura com Riad de acordos de mais de 110 bilhões de riais sauditas (27,8 bilhões de euros). 

A visita do presidente chinês na região causou reações de Washington, parceiro militar estratégico dos países árabes do Golfo. O governo americano alertou, na quarta-feira, sobre a "influencia que a China quer ganhar no mundo inteiro", julgando que ela não pretende preservar "a ordem internacional". 

(Com informações da AFP)

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