Após defender que “Vidas brancas importam”, Kanye West diz que ama Hitler e é expulso do Twitter
O rapper americano Kanye West provocou um novo escândalo nesta quinta-feira (1º) ao anunciar seu "amor" pelos nazistas e sua admiração por Adolf Hitler. O ex-marido de Kim Kardashian vem multiplicando as polêmicas, ao ponto de ter sido banido de algumas redes sociais.
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As mais recentes declarações polêmicas do rapper foram feitas durante uma transmissão ao vivo com o teórico da conspiração Alex Jones. As imagens foram ao ar no portal infowars.com.
"Eu amo Hitler", disse o artista, que atende também pelo nome de Ye. "Eu amo os judeus, mas também amo os nazistas", disse o músico. "Não gosto de ver a palavra 'maldade' ao lado de nazistas", insistiu.
"Eu enxergo coisas boas sobre Hitler também", disse West. "Amo todo mundo", continuou. "Não posso dizer que essa pessoa [Hitler], que inventou as estradas e os microfones que uso como músico, não fez nada de bom. Cada ser humano tem algo valioso que trouxe para a mesa, especialmente Hitler", acrescentou. "Eu sou um nazista", chegou a afirmar o cantor.
As declarações do rapper suscitaram reações imediatas. O Twitter suspendeu nesta sexta-feira (2) sua conta, acusando o rapper de “incitação à violência".
Just clarifying that his account is being suspended for incitement to violence, not an unflattering pic of me being hosed by Ari.
— Elon Musk (@elonmusk) December 2, 2022
Frankly, I found those pics to be helpful motivation to lose weight!
Elon Musk, dono da plataforma desde o fim de outubro e que havia defendido até agora uma postura de liberdade de expressão absoluta, disse que West “foi longe demais”.
Boicote de marcas de moda
O episódio é apenas mais um na escalada de derrapagens envolvendo o cantor. Em outubro, West atacou diretamente os judeus nas redes sociais. As publicações, que já foram apagadas, provocaram a suspensão temporária das contas do cantor no Twitter e no Instagram.
No mesmo mês, a empresa alemã de equipamentos esportivos Adidas encerrou sua colaboração com o norte-americano, uma semana após a marca de luxo francesa Balenciaga, que também desenvolvia projetos com o artista, anunciar que se afasta oficialmente de Ye.
Ambas reagiam a postagens de cunho antissemita do rapper, mas também a um desfile de moda em Paris no qual ele aparecia vestindo uma camiseta estampada com os dizeres "White Lives Matter" (Vidas brancas importam, em tradução livre). A frase é usada por grupos de extrema direita e supremacistas brancos nos Estados Unidos em reação ao movimento "Black Lives Matter", que protesta contra o racismo.
“Ele estava tentando seguir os passos de Marcel Duchamp, mas fracassou”, ironizou na época Gabriella Karefa-Johnson, jornalista de moda engajada na defesa das minorias, em referência ao francês papa da arte conceitual e conhecido, entre outras coisas, pela ironia de suas obras. Celebridades como as modelos Gigi Hadid e Hailey Bieber também criticaram a postura do rapper. Até sua ex-mulher, a estrela de reality Kim Kardashian, se disse “indignada” com a postura do músico.
(Com informações da AFP)
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