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Premiê da Índia defende o fim da guerra na Ucrânia ao assumir presidência do G20

A Índia iniciou sua presidência do G20, nesta quinta-feira (1º), com um apelo do primeiro-ministro Narendra Modi pelo fim da guerra, uma referência implícita à Rússia, sua aliada, por invadir a Ucrânia. Até agora, a Índia não condenou Moscou, de forma explícita, ignorando repetidamente os apelos dos Estados Unidos para que o faça.

O russo Vladimir Putin (à esquerda) e o premiê nacionalista indiano, Narendra Modi, durante encontro em Nova Délhi, em 2021. Os dois dirigentes estreitaram os laços militares e diplomáticos nos últimos anos.
O russo Vladimir Putin (à esquerda) e o premiê nacionalista indiano, Narendra Modi, durante encontro em Nova Délhi, em 2021. Os dois dirigentes estreitaram os laços militares e diplomáticos nos últimos anos. © AFP - MONEY SHARMA
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Modi fez o apelo em um artigo, no qual descreve as ambições da Índia para sua presidência do G20. O texto foi publicado pelo governo e pelo jornal britânico The Telegraph.

"Hoje não precisamos lutar por nossa sobrevivência, nosso tempo não deveria ser o da guerra. Não deveria ser!", insistiu o dirigente nacionalista indiano.

O primeiro-ministro já havia apresentado uma mensagem similar ao presidente russo, Vladimir Putin, quando se reuniram durante a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai em setembro, na cidade uzbeque de Samarkand. 

Em declarações recentes, Modi já havia deixado transparecer que durante seu mandato de um ano à frente do G20, a Índia tem a ambição de pressionar as maiores economias do mundo a aceitar uma revisão da ordem internacional concebida após a Segunda Guerra Mundial. Seu lema é muito semelhante ao do ex-presidente americano Donald Trump: "A Índia em primeiro lugar". Mas, quanto à estratégia, o indiano é mais pragmático que o republicano, sem abrir mão do objetivo de transformar o país em uma "potência dominante" até as comemorações do centenário da Independência, em 2047.

Laços desde a Guerra Fria

Nova Délhi e Moscou têm laços que remontam à Guerra Fria, e a Rússia continua sendo o maior fornecedor de armas à Índia. Putin visitou Nova Délhi no final do ano passado. Abraçou Modi e saudou o "grande poder" da Índia, ao mesmo tempo em que ambos fortaleceram os laços militares e no setor de energia.

Desde a invasão russa da Ucrânia, a Índia, um importante consumidor do petróleo russo, aumentou suas compras de petróleo bruto, vendido com desconto após o embargo ocidental. Mas a guerra na Ucrânia, o "celeiro da Europa", perturbou os embarques de grãos, fez subir os preços das commodities e aumentou o espectro de uma crise alimentar global.

"Para promover a harmonia dentro da família humana, procuraremos despolitizar o fornecimento global de alimentos, fertilizantes e produtos médicos, para que as tensões geopolíticas não levem a crises humanitárias", prometeu Modi para a presidência indiana do G20. "Como em nossas próprias famílias, nossa primeira preocupação deve ser com aqueles cujas necessidades são mais importantes", acrescentou.

Modi disse, ainda, que os maiores desafios do mundo "podem ser resolvidos não lutando uns contra os outros, mas somente agindo em conjunto".

Com informações da AFP

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