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Embaixador do Catar na Copa classifica homossexualidade de "problema mental"

O ex-jogador da seleção do Catar e um dos embaixadores da Copa do Mundo Khalid Salman classificou a homossexualidade de "problema mental". A declaração foi feita durante uma entrevista que será exibida na televisão alemã nesta terça-feira (8). 

O presidente da Fifa, Gianni Infantino (esquerda), ao lado do emir do Catar, Tamim ben Hamad Al-Thani, no último mês de abril. O xeique garantiu recentemente que todos os torcedores seriam acolhidos "sem discriminação" durante a Copa.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino (esquerda), ao lado do emir do Catar, Tamim ben Hamad Al-Thani, no último mês de abril. O xeique garantiu recentemente que todos os torcedores seriam acolhidos "sem discriminação" durante a Copa. AP - Hassan Ammar
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"Durante a Copa do Mundo, muitas coisas vão acontecer aqui no país. Falemos dos gays", afirmou Salman durante a entrevista ao canal ZDF, filmada no Catar. Segundo ele, "o mais importante, é que todos aceitarão que eles venham aqui, mas eles deverão aceitar nossas regras", reiterou.

Em seguida, o ex-jogador afirmou que a homossexualidade é "haram", palavra em árabe usada para se referir a pecados no Islã. "É 'haram' porque é um problema mental", completou, antes de ser interrompido por um assessor de imprensa. A entrevista será transmitida na íntegra nesta noite. 

A homossexualidade é ilegal no emirado. No entanto, o emir do Catar, o xeique Tamim ben Hamad Al-Thani garantiu recentemente que todos os torcedores seriam acolhidos "sem discriminação" durante a Copa, que ocorre de 20 de novembro a 18 de dezembro. 

"Não acreditamos em demonstrações públicas de afeto, mas estamos convencidos da necessidade de acolher todo mundo, quaisquer que sejam suas origens", indicou Al-Thani durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU no último 21 de setembro. 

O reino do Golfo vem recebendo muitas críticas por seu histórico de direitos humanos, incluindo o tratamento aos trabalhadores migrantes e sua posição sobre os direitos das mulheres e da comunidade LGBTQIA+. Já a Fifa garante que bandeiras com as cores do arco-íris serão aceitas nos estádios durante a Copa.  

Os capitães de seleções europeias - como Inglaterra, França ou Alemanha - usarão braçadeiras com a mensagem "One Love" numa campanha antidiscriminação.

Afirmações "horríveis"

A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, encarregada também da pasta de Esportes, fez duras críticas nesta terça-feira sobre as declarações de Khalid Salman. Para ela, as afirmações do embaixador da Copa do Mundo são "horríveis". Por outro lado, a ministra disse que tem certeza de que a segurança dos espectadores do mundial de futebol será garantida. 

No último sábado (5), torcedores nos estádios da Alemanha pediram o boicote à Copa do Mundo. O governo alemão já havia classificado de "muito sensível" a questão do respeito dos direitos humanos no Catar durante a Copa, o que levou Doha a convocar o embaixador alemão para consultas.

Faeser esteve no país na semana passada, onde afirmou ter recebido "garantias de segurança" da parte do emirado para os torcedores LGBTQIA+. Alguns deputados alemães acompanharam a ministra durante a visita, mas a comissária alemã de direitos humanos, Luise Amtsberg, não participou na viagem.

(Com informações da AFP

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