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Homem mais rico do mundo, Elon Musk assume controle do Twitter e demite diretores

O dono da montadora automobilística Tesla e da empresa espacial SpaceX, Elon Musk, assumiu nesta quinta-feira (28) o controle do Twitter, após concluir a compra da rede social por US$ 44 bilhões, informou a imprensa americana especializada. Comissário europeu para o Mercado Interno afirma que rede social terá de respeitar os regulamentos das grandes plataformas na Europa.

A conta do Twitter de Elon Musk é vista diante do logo da plataforma nesta foto de ilustração (15/04/22).
A conta do Twitter de Elon Musk é vista diante do logo da plataforma nesta foto de ilustração (15/04/22). REUTERS - DADO RUVIC
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Após uma novela de meses, o homem mais rico do mundo demitiu imediatamente o diretor-executivo do Twitter, Parag Agrawal, bem como o diretor financeiro Ned Segal e a encarregada de assuntos jurídicos do Twitter, Vijaya Gadde, segundo o "Washington Post".

O Twitter não respondeu de imediato a um pedido de contato feito pela AFP.

Musk tinha até esta sexta-feira para fechar a compra da rede social, caso contrário a transação iria para julgamento em novembro. A operação se alongava desde que, no fim de abril, o empresário lançou uma oferta de compra por US$ 44 bilhões, que o Twitter aceitou com relutância.

Musk tentou reverter unilateralmente o negócio no começo de julho, acusando a empresa de ter mentido para ele, mas o conselho de administração da rede social levou o assunto aos tribunais, até que sinais de que a operação estava finalmente em curso se multiplicaram ao longo da semana.  

Permissão para todas expressões  

Musk tentou tranquilizar os anunciantes ao declarar que deseja permitir a expressão de todas as opiniões na rede social, sem torná-la uma plataforma onde tudo será permitido.

"É importante para o futuro da civilização ter um espaço público online no qual uma grande variedade de opiniões possa ser debatida de forma saudável, sem recorrer à violência", destacou o empresário em mensagem destinada às marcas responsáveis pela maior parte da receita do Twitter.

Musk afirmou aos anunciantes que não procura "ganhar dinheiro" com a compra, e sim "tentar ajudar a humanidade". "Além de respeitar as leis, nossa plataforma deve ser acolhedora para todos", enfatizou.

Em termos comerciais, Musk sustenta ser essencial que a empresa exiba anúncios que correspondam "às necessidades" dos internautas.

Após a compra, "a cultura da empresa poderia mudar profunda e rapidamente", indicou Adam Badawi, professor de direito da Universidade de Berkeley.

Regras europeias

A rede social terá de respeitar os regulamentos das grandes plataformas na Europa que acabam de ser adotados, alertou o comissário europeu para o mercado Interno, Thierry Breton, iniciador da legislação.

Em resposta ao empresário que tuitou "o pássaro está livre" na noite de quinta-feira depois de assumir o controle da plataforma, Breton tuitou: "Na Europa, o pássaro voará de acordo com nossas regras europeias".

Musk garantiu estar de acordo com o responsável europeu sobre os novos regulamentos da UE sobre o setor digital e as obrigações impostas às plataformas em termos de moderação de conteúdo.

Mas a aquisição do Twitter por Elon Musk preocupa grande parte dos funcionários do Twitter, muitos usuários e ONGs, que apelam às redes sociais que combatam melhor o assédio e a desinformação.

Isso porque o multibilionário, apresentando-se como um fervoroso defensor da liberdade de expressão, quer flexibilizar a moderação do conteúdo, abrindo as portas para o retorno de Donald Trump, que foi expulso do Twitter logo após apoiar simpatizantes que participaram do assalto ao Capitólio em janeiro de 2021.

O Regulamento de Serviços Digitais (DSA) foi publicado no Jornal Oficial da UE na quinta-feira e será aplicável a partir do início de 2024.

A lei vai impor a remoção rápida de qualquer conteúdo ilegal (de acordo com as leis nacionais e europeias) assim que uma plataforma tomar conhecimento disso. Isso forçará as redes sociais a suspender usuários que "frequentemente" violam a lei.

O documento exige que "plataformas muito grandes", com "mais de 45 milhões de usuários ativos" na UE, avaliem os riscos associados ao uso de seus serviços e implementem os meios apropriados para remover conteúdos problemáticos. Eles terão maior transparência em seus algorítmos e serão auditados uma vez por ano por órgãos independentes.

(com informações da AFP)

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