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Rússia está disposta a trocar prisioneiros com os EUA após prisão de jogadora de basquete

A Rússia disse nesta sexta-feira (5) que está "pronta" para discutir uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos, após a sentença de nove anos de prisão da estrela do basquete feminino norte-americana Brittney Griner. A jogadora, condenada por um tribunal russo em um controverso caso de "tráfico de drogas", se viu envolvida na crise geopolítica entre Washington e Moscou, em meio ao conflito na Ucrânia.

A estrela do basquete feminino americano Brittney Griner foi condenada a 9 anos de prisão na Rússia por utilizar cigarro eletrônico com cannabis.
A estrela do basquete feminino americano Brittney Griner foi condenada a 9 anos de prisão na Rússia por utilizar cigarro eletrônico com cannabis. REUTERS - EVGENIA NOVOZHENINA
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Brittney Griner, considerada uma das melhores jogadoras de basquete do mundo, foi condenada nesta quinta-feira (4) a nove anos de prisão por tráfico de drogas por um tribunal de Khimki, perto de Moscou. A pesada pena de prisão gerou uma onda de indignação, especialmente no mundo do esporte.

Griner foi presa em fevereiro em um aeroporto de Moscou com um cigarro eletrônico contendo um líquido à base de cannabis. Ela admitiu estar de posse dessa substância, alegando, no entanto, tê-la trazido para a Rússia inadvertidamente e usá-la legalmente nos Estados Unidos como analgésico.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou a condenação da bicampeã olímpica de 31 anos de "inaceitável", e os Estados Unidos estão acusando Moscou de instrumentalizar seu caso para extrair concessões de Washington.

O governo americano afirma há vários dias ter apresentado ao Kremlin uma proposta para obter a libertação de Griner, mas a diplomacia russa repetiu que uma troca só poderia ser discutida depois que o veredito fosse aprovado.

"Estamos prontos para discutir este assunto, mas apenas pelo canal (diplomático) que foi acordado pelos presidentes (Vladimir) Putin e Biden", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na sexta-feira.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, especificou que esse canal específico de comunicação para negociar a troca de prisioneiros foi objeto de um acordo entre Biden e Putin durante conversas em Genebra no ano passado.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que já havia conversado na semana passada com Lavrov sobre uma troca, indicou nesta sexta-feira que os Estados Unidos "continuariam" a discutir o assunto com a Rússia. Ele também disse que a condenação de Griner ilustrou "o uso pelo governo russo de detenções ilegítimas para promover seus interesses usando indivíduos como peões políticos".

Oferta "substancial e séria"

Griner foi à Rússia para jogar durante a entressafra americana, uma prática comum para jogadores de basquete da WNBA que muitas vezes ganham mais dinheiro no exterior do que nos Estados Unidos.

A esportista é um dos vários cidadãos americanos atualmente detidos na Rússia e cuja libertação o Washington deseja.

O governo Biden disse na semana passada que fez uma oferta "substancial" e "séria" para garantir o retorno de Griner e de Paul Whelan, um americano que está cumprindo uma sentença de 16 anos de prisão na Rússia por "espionagem".

Traficante de armas russo

Segundo vários meios de comunicação americanos, há a intenção de trocar um famoso traficante de armas russo detido nos Estados Unidos, Viktor Bout, por Brittney Griner e Paul Whelan.

Bout, preso na Tailândia em 2008 e cumprindo pena de 25 anos de prisão nos Estados Unidos, é apelidado de "comerciante da morte". Sua extraordinária carreira inspirou o filme "Lord of War", no qual Nicolas Cage interpreta um cínico traficante de armas.

A esposa do traficante, Alla Bout, também disse na quinta-feira que esperava uma troca, expressando sua "compaixão" com os familiares de Brittney Griner. "Que Deus garanta que nossos países encontrem um acordo", disse Bout à agência de notícias Ria-Novosti.

Nem a Rússia nem os Estados Unidos confirmaram a troca de prisioneiros. Moscou insiste em manter as negociações confidenciais, incomodada com declarações de autoridades americanas.

"Se os americanos optam por uma diplomacia pública e fazem declarações retumbantes, é problema deles", disse sexta-feira Lavrov. Agindo assim, Washington "não consegue trabalhar com calma e profissionalmente sobre assuntos variados", estima.

(Com informações da AFP)

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