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Sri Lanka: presidente é transferido a base aérea perto de aeroporto após escapar de manifestantes

O presidente do Sri Lanka foi transferido nesta segunda-feira (11) para uma base aérea próxima ao aeroporto internacional, disseram autoridades, alimentando a hipótese de uma fuga para o exterior. Tendo fugido do palácio presidencial cercado por manifestantes no sábado (9), Gotabaya Rajapaksa encontrou refúgio em instalações da Marinha antes de ser levado para a Base Aérea de Katunayake, que fica no mesmo perímetro do principal aeroporto do país, Bandaranaike.

Alguns dos milhares de manifestantes que invadiram o palácio presidencial no Sri Lanka.
Alguns dos milhares de manifestantes que invadiram o palácio presidencial no Sri Lanka. AP - Eranga Jayawardena
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O gabinete da presidência não comunicou nesta segunda-feira sobre a situação do chefe de Estado, mas vários meios de comunicação locais adiantaram que se prepararia para partir para o Dubai.

O líder de 73 anos escapou por uma porta dos fundos de seu palácio presidencial no sábado. Os manifestantes, que ocupam o edifício desde sábado, descobriram 17,85 milhões de rúpias (aproximadamente R$ 264.000) em novas notas e entregaram-nas à polícia.

"O dinheiro foi apreendido pela polícia e será apresentado ao tribunal hoje", disse um porta-voz da polícia na segunda-feira.

Segundo fontes oficiais, na residência também foi encontrada uma mala recheada de documentos.

Rajapaksa se instalou no prédio depois de ser expulso de sua residência particular em 31 de março por manifestantes que tentavam invadi-la.

Transição pacífica

O presidente garantiu que renunciaria na quarta-feira (13) para permitir uma "transição pacífica". O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe assegurou nesta segunda-feira que Rajapaksa o havia avisado oficialmente de sua intenção de renunciar.

O chefe de governo se tornará automaticamente presidente interino se Rajapaksa renunciar, mas anunciou sua intenção de renunciar na ausência de um consenso para formar um governo de unidade.

Wickremesinghe, um deputado da oposição, foi nomeado primeiro-ministro em maio para tirar o país da crise económica e política.

O processo de sucessão deve durar entre três dias, prazo mínimo para convocação do Parlamento, e 30 dias, máximo autorizado pela lei.

Conversas

O principal partido da oposição, Samagi Jana Balavegaya (SJB), estava em negociações com partidos políticos menores nesta segunda-feira para obter apoio para seu líder Sajith Premadasa, que perdeu as eleições de 2019.

De acordo com um funcionário do SJB, um acordo provisório já foi alcançado com os dissidentes do SLPP de Rajapaksa para apoiar Premadasa, 55, filho de um ex-presidente, para o cargo mais alto.

O cargo de primeiro-ministro iria então para um membro do SLPP. Ex-fiel de Rajapaksa, Dullas Alahapperuma, 63, poderia, assim, assumir a chefia do governo.

Cinco ministros renunciaram no fim de semana, e o gabinete do primeiro-ministro disse que o governo concordou nesta segunda-feira em renunciar em bloco se um "governo multipartidário" for acordado.

Manifestantes continuam no local

Nesta segunda-feira, uma enorme fila se formou para visitar o palácio presidencial, onde ainda havia milhares de manifestantes que anunciaram que não deixariam o local até a efetiva renúncia do presidente.

"A demanda é muito clara: as pessoas ainda estão pedindo a renúncia (de Rajapaksa), a demissão total, em uma confirmação por escrito", explica Dela Peiris, uma das manifestantes. "Espero que tenhamos a renúncia do governo, incluindo o primeiro-ministro e o presidente, nos próximos dias."

Os manifestantes estão acampados do lado de fora da residência presidencial há mais de três meses exigindo a renúncia do presidente.

Rajapaksa é acusado de ter mergulhado o país em uma crise econômica sem precedentes, de tê-lo arruinado e deixado sem moeda estrangeira para financiar importações essenciais para a população de 22 milhões de pessoas.

Colombo deixou de pagar sua dívida externa de US$ 51 bilhões (R$  272 bilhões) em abril e está conversando com o FMI para um possível resgate.

O Sri Lanka quase esgotou suas reservas de gasolina. O governo ordenou o fechamento de escritórios e escolas não essenciais para reduzir as viagens e economizar combustível.

(Com informações da AFP)

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