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G20: ministros das potências ocidentais pedem à Rússia fim da guerra na Ucrânia

Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais aumentaram a pressão sobre a Rússia nesta sexta-feira (08) para encerrar a guerra na Ucrânia, em uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, com a presença do representante russo Sergei Lavrov.

A ministra das Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi, à direita, cumprimenta seu homólogo russo, Serguei Lavrov, durante sua reunião bilateral à margem do encontro de Ministros das Relações Exteriores do G20 em Nusa Dua, Bali, Indonésia, sexta-feira, 8 de julho de 2022. (Willy Kurniawan/Pool Photo via PA)
A ministra das Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi, à direita, cumprimenta seu homólogo russo, Serguei Lavrov, durante sua reunião bilateral à margem do encontro de Ministros das Relações Exteriores do G20 em Nusa Dua, Bali, Indonésia, sexta-feira, 8 de julho de 2022. (Willy Kurniawan/Pool Photo via PA) AP - Willy Kurniawan
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O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e seu homólogo russo se reuniram pela primeira vez desde o início da invasão russa, por ocasião desta reunião dos chefes da diplomacia dos países do G20 na ilha indonésia de Bali. "O que já ouvimos hoje é um grande coro de todo o mundo, não apenas dos Estados Unidos para (...) que a agressão (russa) pare", disse Antony Blinken a repórteres.

Desde a abertura do encontro, a Indonésia já havia pedido o fim do conflito, destacando suas graves consequências em todo o mundo. "É nossa responsabilidade acabar com a guerra o mais rápido possível e resolver nossas diferenças na mesa de negociações, não no campo de batalha", declarou a ministro das Relações Exteriores indonésia, Retno Marsudi, na presença de seu colega russo, Sergei Lavrov.

O efeito da guerra "está sendo sentido em todo o mundo: na alimentação, na energia e nos orçamentos", sublinhou. "E como sempre, os países pobres e em desenvolvimento são os mais afetados."

Antony Blinken já havia se reunido com ministros franceses e alemães e um representante britânico para discutir essa guerra "injustificável e não provocada", informou o Departamento de Estado em comunicado. Eles discutiram "maneiras de abordar as preocupações globais de segurança alimentar resultantes do ataque deliberado da Rússia à agricultura ucraniana".

Blinken se recusou a encontrar seu colega russo, mas denunciou a responsabilidade da Rússia pela crise mundial de alimentos e energia, pedindo a Moscou que autorizasse a saída de cereais da Ucrânia. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Rússia disse que "não correrá atrás" de Washington para negociações.

Lavrov ausente durante discurso de Kuleba

Sergei Lavrov, por outro lado, denunciou os países ocidentais por desviarem o tema do palco do G20, que deveria se propor a discutir os grandes problemas mundiais. "Nossos parceiros ocidentais procuraram evitar falar sobre questões econômicas globais. Assim que falaram, quase imediatamente lançaram uma crítica frenética à Rússia pela situação na Ucrânia, nos chamando de agressores", lamentou.

Os Estados Unidos, apoiados por alguns de seus aliados ocidentais, pediram que a Rússia fosse excluída dos fóruns internacionais. Mas a Indonésia, que quer manter uma posição de neutralidade como país anfitrião do G20, confirmou seu convite ao chanceler russo, ao mesmo tempo em que convida seu colega ucraniano.

Sergei Lavrov, no entanto, se ausentou da cúpula quando o ucraniano Dmytro Kuleba discursou online nesta sexta-feira aos chefes da diplomacia do G20, afirmaram diversas fontes diplomáticas à AFP.

A reunião foi ofuscada pelo anúncio do ataque que matou o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe durante um comício eleitoral em seu país. Este ataque contra um aliado de longa data dos Estados Unidos é “um momento muito triste”, estimou Antony Blinken, enquanto a morte de Abe ainda não tinha sido confirmada, mas ele já se encontrava em estado “grave”.

Recuperação pós-pandemia

Este encontro do G20 é um prelúdio da cúpula dos chefes de Estado que será realizada na ilha indonésia em novembro e que deve ser dedicada aos meios de garantir a recuperação global após a pandemia de coronavírus.

Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro mudou as prioridades ao reunir ocidentais para denunciar a ofensiva que fez disparar os preços dos alimentos e da energia. Não haverá foto do grupo após uma reunião tão tensa, contrariamente à tradição, antecipou um funcionário indonésio.

A frente dos aliados ocidentais, no entanto, foi prejudicada pela saída precipitada da chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, após o anúncio da renúncia de Boris Johnson como líder do Partido Conservador britânico. Ela deixou a ilha de Bali na manhã desta sexta-feira, informação confirmada por um funcionário da embaixada britânica à AFP.

O secretário de Estado dos EUA, Blinken, também tentará reabrir o diálogo com Pequim durante conversas com seu colega Wang Yi, marcadas para este sábado (09), após meses de tensões relacionadas a diversas questões, incluindo o caso de Taiwan. Os dois representantes discutirão os pontos sensíveis em torno do relacionamento bilateral sob alta tensão, mas também analisarão as possibilidades de cooperação, antecipou um funcionário dos EUA para o leste da Ásia.

O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, se encontrou com seu colega russo nesta quinta-feira (07) para discussões que foram dominadas pela guerra na Ucrânia.

(Com informações da AFP)

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