Chefe de república separatista no leste da Ucrânia é otimista: “Tenho certeza que vamos fazer parte da Rússia”
Os combates no Donbass, no leste da Ucrânia, se tornaram o ponto mais sensível da ofensiva militar russa. É nessa região que estão as autoproclamadas "repúblicas" separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, onde as tropas de Moscou avançam com sucesso. A enviada especial da RFI acompanhou uma operação junto com as forças russas, que se mostram otimistas sobre a conquista do território.
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Anissa el Jabri, enviada especial da RFI a Lugansk (Ucrânia)
Desde 24 de fevereiro, quando teve início a ofensiva de Moscou, classificada pelo Kremlin de “operação especial”, as linhas de fronteira na região do Donbass parecem cada vez mais incertas. Pelo menos essa é a versão das autoridades russas, que atravessam de um lado para o outro, fazendo raras expedições organizadas pelo exército para mostrar o avanço das operações de conquista do terreno.
Diante de uma central elétrica abandonada em Schastia, já do lado ucraniano da fronteira, Leonid Pasechnik, o chefe da LNR – sigla usada para apresentar a “república” separatista pró-Russia de Lugansk –, expõe para um pequeno grupo o balanço das operações. “Hoje, a maior parte dos territórios da república já foram libertados dos batalhões nacionalistas ucranianos”, celebra. Segundo ele, suas tropas já controlam "entre 80 e 90%" da região de Lugansk.
A tomada da cidade, assim como Donetsk, é apresentada como essencial para controlar o Donbass. “No futuro, e tenho certeza absoluta que esse momento vai chegar, nós faremos parte da Federação russa”, insiste Pasechnik. “Nós já estamos nos dirigindo rumo a integração com a Rússia”, completa.
Além da tomada militar, Leonid Pasechnik tem projetos políticos para consolidar a ofensiva. Há cerca de duas semanas ele chegou a cogitar a organização de um referendo para que a região integrasse oficialmente a Rússia. Logo em seguida o chefe separatista voltou atrás em sua declaração, afirmando que a ideia ainda era “prematura”, mesmo se o projeto já parece bem claro para as autoridades russas.
Ação humanitária
As autoridades ucranianas incitam a população da região a se retirar para o oeste por medo de uma ofensiva em larga escala no Donbass. Kiev também disse que vai retomar a retirada de civis, depois de suspender as operações de resgate temporariamente, alegando que as vias propostas por Moscou não eram seguras o suficiente para a retirada da população.
No entanto, lembra a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, “os corredores humanitários na região de Lugansk funcionarão com a condição de que o bombardeio das forças de ocupação pare".
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