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"Guerra de Putin" na Ucrânia provoca guinada há muito tempo esperada na União Europeia

Os editorialistas franceses constatam que em menos de seis dias de guerra na Ucrânia, os europeus avançaram mais do que em 30 anos sobre a necessidade de reforçar sua defesa para garantir seus valores, sua independência e a perenidade da democracia no bloco. A ameaça de Vladimir Putin de utilizar a dissuasão nuclear, mesmo que fique na retórica, fez os europeus compreenderem que poderiam ser o próximo alvo depois da Ucrânia, escreve o jornal Le Figaro nesta terça-feira (1).

O chanceler Olaf Scholz anuncia no Parlamento que a Alemanha decidiu romper com a neutralidade adotada desde o fim da Segunda Guerra Mundial e irá investir 2% do PIB por ano em defesa militar, após a invasão russa na Ucrânia. 27/02/2022
O chanceler Olaf Scholz anuncia no Parlamento que a Alemanha decidiu romper com a neutralidade adotada desde o fim da Segunda Guerra Mundial e irá investir 2% do PIB por ano em defesa militar, após a invasão russa na Ucrânia. 27/02/2022 AP - Michael Sohn
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"Putin faz a Europa entrar no mundo real, perigoso e de relação de forças entre as potências. (...) Como disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, estar diante de um criminoso como Putin é, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um desafio no sentido de reforçar a soberania europeia", diz o diário. 

De acordo com o jornal Libération, as sanções econômicas adotadas pelos europeus ainda não atingem a população da Rússia, mas a recessão vai chegar nos próximos meses. É claro que essas medidas também terão um custo alto para o bloco. Mas "a União Europeia, por muito tempo acusada de fraqueza e de ficar reduzida a um espaço econômico, parece estar disposta a pagar o preço de um enfrentamento com o urso russo, à condição que o custo seja mais alto para Moscou do que para a Europa", acrescenta o jornal. 

O diário econômico Les Echos mostra como os europeus se coordenam para fornecer armas à Ucrânia, depois de terem aprovado, no domingo (27), o apoio inédito de € 500 milhões da União Europeia a um país em guerra. A lista de armas é longa e inclui metralhadoras, fuzis automáticos, pistolas, armas antitanques, mísseis sol-ar Stinger, lança-foguetes, canhões, blindados, munições, alimentos para soldados e equipamentos de proteção, como capacetes. 

Ucranianos da Polônia se unem à resistência

Le Monde traz uma reportagem sobre a comunidade ucraniana na Polônia, de cerca de 1,3 milhão pessoas. Para defender o país natal, 20 mil ucranianos que residem na Polônia compraram uma passagem de ida, sem volta, para se juntar aos compatriotas que defendem sua terra da invasão russa. Cerca de 15 ônibus cheios de voluntários ucranianos partem diariariamente do território polonês para a Ucrânia. 

Nessa guerra fratricida, entre dois povos irmãos, "a Rússia perdeu definitivamente a alma dos ucranianos", diz o sociólogo ucraniano Yuriy Taran, de 43 anos, que decidiu deixar a família para trás na Polônia e se juntar à resistência em Lviv (oeste). 

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