Acessar o conteúdo principal

Mortes por Covid diminuem pela primeira vez nas Américas desde a chegada da ômicron

O número de novos casos de Covid-19 nas Américas diminuiu. O ritmo das mortes recuou pela primeira vez desde o surgimento da variante ômicron. No entanto, algumas áreas, como o Caribe, continuam vulneráveis. A constatação é feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (23).

Homem passa diante de pintura realizada no México em homenagem aos profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19
Homem passa diante de pintura realizada no México em homenagem aos profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19 © Francisco Robles / AFP
Publicidade

Na semana passada, foram 2,2 milhões de novos casos de Covid-19 na região, ou seja, 28% a menos que na semana anterior, afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em uma coletiva de imprensa virtual. O número de mortes pela doença caiu pela primeira vez desde o início da onda da variante ômicron e ficou em 29.000, -9% em comparação com a semana anterior, acrescentou.

Mas a situação na região é desigual. Treze países e territórios registraram aumento de mortes e não atingiram a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 40% da população.

Embora os casos tenham caído em um terço na América do Norte, novas infecções tiveram um aumento de 70% no México. Nos Estados Unidos, o número de mortes diminuiu, mas continua alto. No geral, também caíram na América Central (-17%), mas em Honduras as mortes dos pacientes em terapia intensiva continuam em alta.

Apesar das mortes em geral caírem na América do Sul em 13%, em média, no Chile a situação é crítica nas unidades de terapia intensiva.

Já no Caribe, onde vivem mais de 44 milhões de pessoas, os novos casos caíram 44%, mas em muitos lugares as mortes estão aumentando. Segundo Etienne, o Caribe "continua especialmente vulnerável à Covid-19". E os contrastes são marcantes, com 91% das pessoas nas Ilhas Cayman totalmente vacinadas e menos de 1% dos haitianos.

Quase 700 milhões de pessoas nas Américas já receberam o esquema completo de vacinação. Para chegar às que faltam, a Opas recomenda alcançar os mais vulneráveis em cada país, facilitando o acesso das pessoas às vacinas e criando espaços abertos para o diálogo.

Prontos para cantar vitória?

Enquanto isso, cada vez mais países estão reduzindo as restrições impostas contra a Covid-19, em uma tentativa de voltar à normalidade.

Quando essa decisão é tomada, vários fatores devem ser levados em consideração, como avaliar os riscos, monitorar a situação imunológica e a capacidade dos serviços e ajustar periodicamente as estratégias, ressalta Ciro Ugarte, diretor de Emergências em Saúde da organização. Para avaliar a situação "é necessário ter um sistema de vigilância e implementação adequado" porque foi demonstrado durante a pandemia "que se flexibilizarmos as medidas quando estamos com níveis baixos de transmissão, geralmente uma ou duas semanas depois, o número de casos aumenta rapidamente", acrescentou.

Alémd isso, o vírus mantém sua capacidade de contaminar qualquer um, diz Jarbas Barbosa, vice-diretor da Opas. "Muitas pessoas tiveram Covid mais de uma vez porque a proteção diminui com o tempo e muitas vezes as novas variantes superam o sistema imunológico da pessoa e causam uma nova infecção", ressalta.

De qualquer forma, a Opas adverte que, ainda que a OMS um dia levante a emergência de saúde pública, isso não significa que a pandemia terá acabado. Na realidade "nunca haverá um dia específico de conclusão. É provável que o vírus SARS-CoV-2 continue circulando no futuro a nível global (...) como os da gripe sazonal", explicou Sylvain Aldighieri, chefe de incidentes para Covid-19 na Opas.

O cenário "mais crível" é que, embora possa continuar havendo picos, "o impacto da pandemia diminua gradualmente no mundo ao longo dos meses e anos", acrescentou o especialista, ressaltando que se refere à "carga de doenças graves e mortes" e que isso irá variar de um país para outro dependendo das taxas de vacinação e da melhoria no atendimento aos pacientes com novos tratamentos.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.