Covid-19: ministro de Hong Kong renuncia por ter participado de festa com mais de 200 convidados
O ministro do Interior de Hong Kong, Caspar Tsui, renunciou nesta segunda-feira (31) depois de protagonizar um escândalo. Em um momento em que as autoridades recomendavam que a população evitasse aglomerações para barrar a propagação de Covid-19, ele participou de uma festa com mais de 200 convidados.
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"Apresentei minha demissão à chefe do Executivo e tenho a intenção de deixar meu posto hoje", anunciou Caspar Tsui em um comunicado. "Sendo um dos principais encarregados pelo combate à Covid-19, não dei o melhor exemplo", reconheceu o ministro.
Caspar Tsui, de 45 anos, participou de uma festa em um restaurante espanhol de Hong Kong no último 3 de janeiro, para comemorar o aniversário de Witman Hung, representante do território na Assembleia Nacional da China. O ministro é uma das principais figuras pró-Pequim em ascensão em Hong Kong.
O escândalo veio à tona quando, devido à presença de uma pessoa contaminada pela Covid-19 na festa, vários convidados foram enviados pelas autoridades a um centro de isolamento obrigatório, como ocorre com todos os casos suspeitos de infecção no território semiautônomo. Entre os participantes do evento, também estavam os chefes da polícia e da agência anticorrupção de Hong Kong.
Gestão sanitária draconiana
Graças a uma gestão sanitária draconiana imposta pela China, Hong Kong foi poupado durante muito tempo pela Covid-19. A aparição recente de novos focos devido às variantes delta e ômicron resultaram no endurecimento das restrições.
Embora eventos presenciais não estivessem proibidos, a comemoração ocorreu três dias depois de as autoridades sanitárias recomendarem à população evitar aglomerações. O caso piorou depois que a imprensa local publicou fotos do evento, mostrando representantes do governo cantando em um karaokê sem máscara.
O episódio abala ainda mais a imagem da administração da chefe do Executivo Carrie Lam, cujo mandato termina em março. O governo dela foi marcado por grandes manifestações em 2019, seguidas por uma vasta repressão imposta pela China.
(Com informações da AFP)
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