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Bangladesh: polícia prende dono de fábrica onde 52 pessoas morreram em incêndio

O proprietário da fábrica de alimentos Hashem Food and Beverage, em Bangladesh - palco na quinta-feira (8) de um gigantesco incêndio - foi preso e acusado de homicídio neste sábado (10). Ao menos 52 pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas na tragédia. 

Bombeiros levaram mais de 24 horas para apagar as chamas em uma fábrica de alimentos de Rupganj, no centro de Bangladesh.
Bombeiros levaram mais de 24 horas para apagar as chamas em uma fábrica de alimentos de Rupganj, no centro de Bangladesh. AP - Mahmud Hossain Opu
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A polícia de Bangladesh indicou que outra sete pessoas foram detidas dentro das investigações sobre o imenso incêndio que durou mais de 24 horas nesta usina de Rupganj, no centro do país, que produzia doces, massas e sucos. Entre os presos, estão quatro filhos do proprietário da fábrica.

O local empregava mais de mil pessoas, entre elas, crianças a partir de 11 anos. Por isso, além de enfrentar a acusação de homicídio, o dono do local também será alvo de uma investigação por contratação ilegal de menores.

Desrespeito de normas de segurança

O incêndio teve início na última quinta-feira e se propagou rapidamente pelos seis andares do prédio devido à estocagem de produtos altamente inflamáveis no local, indicaram as autoridades. Os bombeiros lutaram contra as chamas e buscaram sobreviventes durante mais de 24 horas. 

Segundo o chefe da polícia de Rupganj, Jayedul Alam, a porta de entrada da usina estava chaveada no momento do incidente e diversas normas de segurança eram desrespeitadas pelo proprietário. "Foi um assassinato deliberado", afirmou.

Outros setores do edifício também estavam bloqueados, como o acesso às escadarias do terceiro andar, fechado à chave. Desesperados, muitos empregados pularam pelas janelas para tentar se salvar. Outros encontraram meios de chegar ao último andar do prédio e foram socorridos a tempo pelos bombeiros. 

As autoridades não sabem indicar quantas pessoas exatamente havia no prédio quando o incêndio começou. Mais de mil pessoas são empregadas pela usina e dezenas de famílias ainda aguardam por notícias de parentes que trabalhavam no local. 

Investigação sobre contratação de menores

A ministra do Trabalho de Bangladesh, Monnujan Sufian, afirmou que acompanha a investigação sobre a contratação ilegal de crianças pelo dono da fábrica. Segundo ela, há ao menos dois adolescentes hospitalizados e mães que trabalhavam no local com seus filhos menores, alguns ainda desaparecidos.

Acidentes graves são frequentes nas fábricas de Bangladesh, devido ao habitual descumprimento das normas de segurança. Em fevereiro de 2019, pelo menos 70 pessoas morreram em um grande incêndio em um prédio residencial em Daca, onde produtos químicos haviam sido armazenados ilegalmente. 

O pior desastre dos últimos anos ocorreu em 2013, quando a oficina de confecção Rana Plaza desabou e 1.138 trabalhadores morreram. A tragédia causou uma comoção mundial e as autoridades do país prometeram reformas sobre as condições de trabalho nas usinas - mudanças que não ocorreram até o momento.

(Com informações da AFP

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